segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Trissmia21...

















"Trago-vos um relato bastante interessante, que por ser um pouco extenso decidi dividir em três partes.

"Alguns, são os que me conhecem, muitos são aqueles que pouco ouviram falar sequer do tema sobre o qual defendo fervorosamente, do qual faz parte o Síndrome de Down / Trissomia 21 – a Deficiência em geral!

Sou esposa, mãe, tia e amiga de pessoas com deficiência, na maior parte todas diferentes, mas todas com um factor em comum – a necessidade de serem encaradas com o Respeito, Naturalidade e Solidariedade que merecem.
Tenho escrito alguns artigos, sob a forma de testemunho, (e este é mais um), para que com a minha experiência pessoal e familiar, consiga não só fazer chegar uma mensagem de Esperança a outros pais e famílias, demonstrando que ser portador de uma deficiência cognitiva não é sinónimo de incapacidade intelectual ou impossibilidade de aprendizagem, mas exactamente o contrário; como também ajudar a abrir mentalidades, fazendo com que as pessoas vejam para além do que a visão consegue alcançar, ou seja que o facto de uma criança nascer com uma deficiência estampada no rosto, como o Síndrome de Down/Trissomia 21, não tem a sociedade o direito de lhes fechar as portas de acesso, mas o Dever de as abrir, fazendo com que os recursos e apoios disponíveis possam de facto estar ao alcance de todos os que deles precisam para uma plena Integração e Inclusão em sociedade.
Como já tenho vindo a salientar em outros artigos (disponíveis para consulta no site www.ajudas.com , pesquisando em trissomia), se queremos que as nossas crianças com deficiência sejam amanhã adultos perfeitamente integrados em sociedade, contribuindo activamente para o desenvolvimento da mesma, temos que precocemente interagir com os nossos filhos, apoiando-os, estimulando-os, ensinando-os em casa, onde tudo é uma aprendizagem e contínua, para que possam de facto amanhã terem a mesma igualdade de oportunidades, a mesma oportunidade de igualdades que as crianças sem deficiência têm. Para isso há que começar à nascença, e como “o caminho faz-se caminhando”, é agora o momento de trilharmos de facto esse caminho, mostrando a quem de direito, que os recursos e apoios têm de facto de ser prioritários e têm de chegar a todos.
Tem sido inúmeras as vezes, que tanto em artigos escritos, como em intervenções públicas, tenho tentado divulgar uma mensagem, especialmente para outros pais, de que tudo é trabalho de estimulação, o falar de frente para o bébe, o sorrir, o amor com que se pega ao colo, com que se alimenta, muda fralda, até nas tarefas e sons domésticos, tudo é um trabalho de estimulação precoce.
É uma aprendizagem contínua!
Uma criança com défice cognitivo, tem de começar a ser apoiada a partir do momento em que nasce, porque não é que não consiga aprender, tem é que ser despertada para os estímulos que nas crianças sem este quadro surgem naturalmente.
Aprendem tudo muito antes do tempo determinado, para que possam consolidar a aprendizagem, que nestes casos é lenta e por vezes muito difícil. Esta aprendizagem só é possível com uma Entrega, Empenho e um Amor Incondicional sem precedentes, ou seja o Amor de Mãe (ou Pai ou de quem ela cuida todo o dia nos primeiros tempos)!"


O Mongolismo, mais tarde conhecido por síndrome de Down, foi descrito, pela primeira vez,
na Grã-Bretanha, no séc. XIX, pelo médico inglês John Langdon Down (Londres, 1866),
com base em algumas características observadas em crianças internadas num asilo de
Surrey (Inglaterra). Na segunda metade do séc. XX, J. Lejeune e colaboradores (Paris,
1959) descobrem que o Mongolismo resulta da presença de 1 cromossoma 21 supranumerário (3 cromossomas, em vez dos 2 habituais), pelo que esta doença genética passou
a designar-se, correctamente, por Trissomia 21 (literalmente: 3 cromossomas 21).
O risco de nascimento de uma criança com trissomia 21 aumenta com a idade da mãe. Para
as mulheres de idade superior a 35 anos, o risco de ter um filho com trissomia 21 é
significativamente mais elevado (aos 35, aos 40 e aos 45 anos de idade materna, há o risco
de, respectivamente, um em cada 400, um em cada 110 e um em cada 35 recém-nascidos
serem portadores de trissomia 21). Contudo, por razões que se prendem essencialmente
com as taxas de fecundidade dos diferentes grupos etários, mais de 70% das crianças com
trissomia 21 têm uma mãe de idade inferior aos 35 anos (dados nacionais).
A incidência (número de novos casos, por ano, de uma doença, em determinada população)
estimada da Trissomia 21, sem grandes variações mundiais, é de 1 em cada 700
nascimentos. De 1942 a 1952, de acordo com os relatos da imprensa médica, menos de
50% das crianças com Trissomia 21 viviam mais de 12 meses. Actualmente, sabe-se que
mais de 80% das pessoas com Trissomia 21 vivem mais do que 5 anos e aproximadamente
44% ultrapassam os 60 anos de idade. De acordo com um estudo recentemente efectuado
na Califórnia, a esperança de vida, para uma criança de um ano de idade com trissomia 21,
é de 43 anos (défice cognitivo grave) e de 55 anos (défice cognitivo ligeiro a moderado).
Em Portugal, onde não existem dados fidedignos sobre esta matéria, para a natalidade
actual, é de esperar o nascimento de 150 a 170 crianças com Trissomia 21 em cada ano,
havendo, por conseguinte, entre 12.000 a 15.000 pessoas afectadas por esta doença.
Habitualmente, logo a seguir à revelação de que o filho tem um défice cognitivo
(designação preferível às antigas terminologias de atraso mental e de deficiência mental),
os pais atravessam uma fase de grande instabilidade emocional, não sendo raros os
fenómenos de rejeição. Actualmente, na Rússia, nesta fase, 95% dos bebés com
deficiência, mormente com trissomia 21, são abandonados e entregues a orfanatos, onde
mais de 50% acabam por morrer antes de terminado o primeiro ano de vida. Todavia, na
nossa cultura, algum tempo depois, os pais acabam por aceitar o facto, com resignação, e
deixam, quase sempre, transparecer uma boa adaptação à nova realidade. As pessoas com Trissomia 21 têm uma incidência muito elevada de anomalias associadas.
O aspecto exterior (fenotipo) é muito característico: cabeça pequena, fendas palpebrais
orientadas para fora e para cima (como nos povos orientais), orelhas pequenas e de
implantação baixa, língua exposta fora da boca, pescoço curto e largo, mãos e pés
pequenos e quadrados, baixa estatura, etc, ...
Cerca de 40 a 50% das crianças com trissomia 21 apresentam uma doença cardíaca
estrutural cuja gravidade é variável. Mercê da notável evolução da cirurgia cardíaca no
nosso país, o prognóstico da maioria das cardiopatias é muito favorável, havendo uma
reduzida taxa de óbitos relacionados com esta patologia.
As pessoas com trissomia 21 apresentam, geralmente, uma macroglossia (língua grande)
relativa. Com efeito, mais do que uma língua grande, há uma cavidade oral pequena, o que
produz, inevitavelmente, perturbações da fala. Adicionalmente, a macroglossia relativa é
um dos mais significativos, quiçá um dos mais evidentes, estigmas físicos da trissomia 21.
Existem soluções para este problema.
A instabilidade atlanto-axial (instabilidade entre a primeira e a segunda vértebras do
pescoço) é motivada pela hipotonia (falta de força muscular). Os ligamentos articulares
estão mais frouxos e relaxados, o que poderá determinar uma compressão ou mesmo lesão
da espinha"

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Campeonato Mundial de Atletismo...















"Antigamente ou quem sabe algumas pessoas carentes de informação ainda hoje vejam os deficientes como pessoas doentes, ou seja, sem condições de se divertirem, de praticar esportes, dirigir, viajar ou até mesmo de namorar e casar.
Aqui vamos estar contando e mostrando histórias de pessoas que indiferente de suas deficiências conseguem viver e aproveitar a vida muito melhor do que muita gente literalmente "normais". É com muito orgulho que venho mostrar para todos uma imagem que a mídia não mostrou, mas uma imagem que deveria servir de exemplo para mostrar que quando a gente tem objetivos e os busca com certeza os alcança.
Campeonato Mundial de Atletismo

Brasileira é a mais rápida do mundo - Deficiente visual Ádria Rocha Santos leva o ouro e bate recorde mundial dos 200m.
O Brasil conquistou no dia 27/08/2003 a 1ª Medalha no Mundial de Atletismo, disputado em Paris e foi de Ouro. A campeã paraolímpica Ádria Rocha Santos de 24 anos confirmou o favoritismo e sagrou-se Campeã Mundial dos 200m para portadores de deficiência visual e ainda estabeleceu o novo recorde mundial na categoria T12 (até 15% de visão). A brasileira cravou o recorde de 25s22. A prata ficou com a francesa Assia El Hannouni com o tempo de 25s78 e o bronze com a espanhola Purificacíon Santamarta com o tempo 26s28. Outra brasileira, Maria José Alves, a Zezé ficou em 4º lugar com o tempo de 26s30.
Ádria melhorou a própria marca de 25s76, registrada no Mundial de Edmonton, em 2001, no Canadá, e confirmou que é a melhor velocista cega do mundo.
Matéria retirada do Jornal "Diário do Grande ABC" do dia 28/08/2003, por Roberto Lizuka

São Silvestre
São Paulo (SP) - O atleta Fernando Aranha Rocha, 24 anos, foi o vencedor da São Silvestre na categoria cadeirantes. Enquanto ele encerrava a prova, as mulheres do pelotão de elite ainda não haviam chegado à metade do percurso de 15km.
O atleta, que também foi campeão na Maratona de São Paulo deste ano, em julho, teve um resultado surpreendente para um iniciante. Foram 6 meses de trabalho intenso, mas somente nos 3 últimos meses é que se o competidor dedicou para a corrida de São Silvestre, treinando nas pistas da Universidade de São Paulo (USP).
- "Não tenho vergonha de dizer que parei 3 vezes na subida da Brigadeiro", afirmou o atleta, referindo-se a um dos trechos mais rigorosos do percurso. "O calor atrapalhou bastante e os buracos das ruas também", disse.
-
"Era o que eu estava esperando", comemora.
Matéria tirada do site:

Quem já não ouviu falar ou já não viu na TV reportagens sobre Ralis ou sobre Trilhas em lugares de dificílimo acesso? Acho que todos nós !!!!!
Pois é, desde 2000 existe um Passeio para Pessoas Especiais organizado pelo Major Cardoso, oficial do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar de São Paulo, "o evento está se tornando uma tradição esperada por muitos", foi isso que li na matéria de "Adriana Perri" repórter da Revista Sentidos - Ano 2 nº 14 sobre Off Road a matéria está fantástica e mostra mais uma vez que portadores de deficiência não só pode como deve praticar diversos tipos de esportes.
Inclusive fala até de Antonio Figueiredo Sobrinho, um policial militar que ficou tetraplégico desde de 92 por causa de um tiro que estreou nessa modalidade de esporte.
As imagens mostram que esse esporte serve como aprendizado para o Deficiente e também para a sociedade, mostra também o quanto a natureza faz bem as pessoas idependentemente de quem possa ser, e principalmente a solidariedade dos integrantes deste passeio.



Existem ainda outros esportes que portadores de deficiência pode praticar, conheça aqui algumas modalidades praticadas por eles.
- Arco e flecha
Portadores de deficiência física, em pé e sentados em cadeira de rodas, participam em competições com sistema de resultados semelhante à modalidade olímpica. Existe um trabalho sendo realizado para que atletas portadores de deficiência visual possam praticar a modalidade através de um sonar e um bip.

- Atletismo
Os competidores são agrupados em classes e disputam com adversários que tenham deficiência igual ou semelhante. Participam atletas portadores de deficiência visual e física. É permitido aos atletas cegos a utilização de sinais acústicos ou guia para assisti-los.

- Basquetebol sobre rodas
É jogado por paraplégicos, amputados e atletas com poliomielite. Os regulamentos são os mesmos do basquetebol convencional com pequenas adaptações. Por exemplo: a cada dois movimentos para impulsionar a cadeira, o atleta tem de quicar a bola pelo menos uma vez. Colocar o pé no chão ou levantar da cadeira são consideradas faltas técnicas. A tabela fica na mesma altura do esporte oficial.

- Bocha
Foi adaptado com sucesso para pessoas com paralisia cerebral. A regra consiste em lançar as bolas o mais perto possível da bola branca.

- Ciclismo
Três classes de atletas participam do ciclismo: paralisado cerebral, cegos com guias e amputados. Os atletas com paralisia cerebral participam de competições em bicicletas ou triciclos. Já os cegos competem em bicicleta dupla, utilizando-se de um guia. Os amputados participam das provas de estrada ou velódromo e é permitido ao atleta optar por competir com ou sem a prótese.

- Equitação
É dirigido para portadores de paralisia cerebral, deficientes físicos, visuais ou mentais. Os deficientes visuais recebem comando verbal de seus técnicos para que possam conduzir os seus cavalos através de uma série de obstáculos.

- Esgrima
É praticada por atletas em cadeira de rodas, amputados e paralisados cerebrais. Todos os atletas competem presos ao solo e têm os movimentos livres para tocar o corpo do adversário. A disputa inclui espada, sabre e florete.

- Halterofilismo
É aberto a atletas do sexo masculino, deficientes físicos e competidores com paralisia cerebral. As categorias utilizadas são as mesmas para pessoas não deficientes. No Powerlifting, o atleta em supino faz o movimento de cima para baixo, retornando a barra para a posição original.

- Futebol
Apenas atletas com paralisia cerebral competem. As regras sofrem algumas modificações, entre elas o número de jogadores (sete), largura do gol, marca do pênalti, inexistência de impedimento e dimensão menor do campo. A partida se divide em dois tempo de 25 minutos, com intervalo de dez minutos.

- Golbol
Modalidade adaptada para portadores de deficiência visual. A quadra é menor, e o gol, maior que o do futebol de salão, e a bola tem um guizo interno. Cada time entra com três jogadores, que têm como função defender a bola arremessada pelo time adversário. O público deverá permanecer em total silêncio para que os jogadores possam ouvir a bola.

- Judô
A modalidade é reservada a atletas masculinos portadores de deficiência visual, reunidos em diversas categorias. Não há punição para a ultrapassagem da área de combate no tatame e as advertências são feitas por meios audíveis. Todas as vezes que há separação física, a luta é interrompida.

- Natação
Para deficientes visuais e deficientes físicos. Os nadadores têm a opção de largar do bloco de saída ou já de dentro da água, menos nas provas de costas e medley. Aos cegos, é permitido receber aviso do treinador quando estão se aproximando das bordas.

- Tênis
Atletas em cadeira de rodas jogam como o tênis tradicional, apenas com uma adaptação: a bola pode quicar duas vezes, a primeira dentro da quadra.

- Tênis de Mesa
É idêntico ao tênis de mesa convencional e jogado em pé ou em cadeira de rodas. Para estes, o saque só é válido se a bola quicar no meio da mesa, e os atletas podem se apoiar na mesa, desde que não a tirem do lugar."

domingo, 3 de abril de 2011

Convido você, caro leitor, a ler e refletir


















"Convido você, caro leitor, a ler e refletir uma das partes do artigo “Inclusão de alunos com paralisia cerebral no ensino superior: olhar da psicologia” de Alexandre Bosco da Silva Oliveira e Luiza Aline Lopes Rodrigues, ambos da Universidade Potiguar. Gostaria que enquanto estivesse lendo este artigo, refletisse também, sobre o caso do estudante com paralisia cerebral, Ricardo Evandro Souza Ribeiro, que foi discriminado pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB).
‘O maior empecilho à sua inclusão é o preconceito social e a consequente falta de aceitação deles (pessoas com deficiência) pela comunidade universitária.”

III- Universidade Inclusiva
Atualmente o tema universidade inclusiva é cada vez mais discutido no âmbito acadêmico científico e por especialistas, devido à sua importância e contribuição para uma sociedade inclusiva. A integração e a inclusão de estudantes com necessidades educacionais especiais nas universidades é o debate a ser compreendido e assumido, implantando-se uma política social séria e educativa. A universidade deve pôr em prática a inclusão dos alunos com deficiência. (RODRIGUES, 2004).
Nos anos 90, parte da comunidade acadêmica, das organizações e instituições sociais de pessoas com deficiência começaram a denunciar a inadequação da prática da integração social para eliminação da discriminação contra as pessoas com deficiência. A integração social se constrói pelo esforço da pessoa excluída e seus colaboradores e aliados, como por exemplo: família, instituição especializada com a ação segregadora e pessoas solidárias da comunidade. Na busca pela igualdade plena de oportunidades para todos, o ideal desejado é a inclusão, ou seja, o efetivo acolhimento da sociedade para com as pessoas com deficiência (SASSAKI, 2006).

Como afirma STAINBACK e STAINBACK: O que está em questão no ensino inclusivo não é se os alunos devem ou não receber, de pessoal especializado e de pedagogos qualificados, experiências educacionais aprimoradas e ferramentas e técnicas especializadas das quais necessitam. A questão está em oferecer a esses alunos os serviços de que necessitam, mas em ambientes integrados, e em proporcionar aos professores atualização de suas habilidades. (1999, p. 25).
Não basta apenas a melhoria da qualidade de vida de todos os alunos, sem distinção de capacidades no ambiente acadêmico, ainda que esta seja uma exigência imprescindível e necessária, mas deve-se partir para uma realidade mais ampla, envolvendo toda a comunidade universitária, provocando uma conscientização desta. A proposta de inclusão deve contar com o envolvimento dos docentes, discentes e do pessoal administrativo. As ações pretendidas devem englobar atividades que aliam o ensino, a pesquisa e a extensão. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE PIAUÍ, 2006).
A inclusão precisa ocorrer de forma abrangente e objetiva, respeitando as necessidades de cada aluno, analisando suas possibilidades e particularidades, tornar-se-á mais fácil e justo seu aprendizado como ser individual. (DIAS, 2009). Embora o foco deste trabalho seja a inclusão de alunos com paralisia cerebral, entende-se que a universidade inclusiva é aquela que oferece oportunidades de aprendizagem a todos os seus alunos, tenham eles alguma deficiência ou não.
Especificamente no que se refere ao aluno com deficiência, constata-se que se o acesso ao ensino fundamental é difícil, a situação se repete no ensino superior. Thoma(2006) identificou que o percentual de alunos com deficiência matriculados em 10 IESs do Rio Grande do Sul varia de 0,04 a 0,16%. Atente para o fato de que, de acordo com aOrganização Mundial de Saúde – OMS – as pessoas com deficiência correspondem a10% da população em geral (Valor que tende a ser maior em países subdesenvolvidos como o nosso).
Em sua pesquisa com 12 estudantes universitários – 04 deficientes visuais, 04 deficientes auditivos e 04 com paralisia cerebral – Masini e Bazon (2005), descobriram que, segundo opinião unânime dos entrevistados, o maior empecilho à sua inclusão é o preconceito social e a consequente falta de aceitação deles pela comunidade universitária. Evidenciada em comportamentos como: cobrar menos dos alunos com deficiência visual; não atender/ouvir às solicitações dos alunos deficientes auditivos; se queixar dos alunos com paralisia cerebral por perturbarem a concentração na aula dos outros alunos. Os alunos com paralisia cerebral se sentiam excluídos, queixando-se da falta de auxílio, dificuldade de se relacionar.
Uma faculdade impôs à aluna com paralisia cerebral que ela só se formaria se cursasse apenas até o quarto ano (obtendo somente o grau de bacharel; não o de psicóloga) (MASINI; BAZON, 2005). Essa é uma situação clara de discriminação.
Depreende-se do anteriormente exposto que, o profissional de psicologia precisa intervir prioritariamente no preconceito contra as pessoas com deficiência. É imprescindível que toda a comunidade escolar entenda e reconheça a capacidade das pessoas com deficiência. Quando a instituição de ensino acredita na capacidade de todos e se preocupa em efetivamente democratizar o acesso à educação, mudanças acontecem. MAZZONI; TORRES e ANDRADE (2001) indicam algumas delas: no ingresso nas IES, cuidado na etapa de correção de provas; observar as características da expressão escrita de uma pessoa surda. Ao elaborar as provas, ter atenção às possíveis limitações dos candidatos, decorrentes da deficiência. Para pessoas com deficiência visual, usart extos ampliados, lupas ou outros recursos ópticos especiais para ajudar na leitura; para cegos, realizar provas orais, gravadas ou em Braille, sorobã; para pessoas com deficiência física, adaptar o espaço físico, mobiliários e equipamentos; para pessoas com deficiência auditiva, disponibilizar intérprete de língua de sinais; para pessoas com deficiências múltiplas são utilizadas várias combinações de procedimentos de acordo com o tipo das deficiências associadas.
Ainda no que se refere à inclusão de alunos com deficiência no ensino superior, destaca-se o “Programa Incluir” do Ministério da Educação que tem por objetivo promover ações que garantam o acesso e permanência de pessoas com deficiência nas instituições Federais de educação superior; apoiar a criação, reestruturação e/ou consolidação de núcleos de acessibilidade nas instituições Federais de ensino superior; implementar a política de acessibilidade plena de pessoas com deficiência na educação superior; promover a eliminação de barreiras pedagógicas, atitudinais, arquitetônicas e de comunicações e a efetivação da política de acessibilidade universal. No entanto, das 225 instituições públicas existentes no Brasil, apenas 50 participaram ou participam deste programa, ou seja, apenas 23% do total, e pouco mais de 12% (28 instituições) apresentaram um número igual ou superior a 10 alunos com alguma deficiência matriculados no primeiro semestre de 2006. (ALMEIDA; CASTRO, 2009)."

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Dia-a-dia com deficientes motores..




















1. Errado: Evitar falar com os deficientes sobre coisas que uma pessoa normal pode fazer e eles não.
Certo: Conversar normalmente com os deficientes, falando sobre todos os assuntos, pois é bom para eles saberem mesmo das coisas que não podem ouvir, ver ou participar por causa da limitação de movimentos.
2. Errado: Elogiar ou depreciar uma pessoa deficiente, somente por ela ser limitada.
Certo: Tratar o deficiente como alguém com limitações específicas da deficiência, porém com as mesmas qualidades e defeitos de qualquer ser humano
3. Errado: Superproteger o deficiente, fazendo coisas por ele.
Certo: Permitir que o deficiente desenvolva ao máximo suas potencialidades, ajudando-o apenas quando for realmente necessário.
4. Errado: Chamar o deficiente pelo apelido relativo à sua deficiência (ex.: surdinho, surdo, mudo, cego, maneta etc.), pois ele pode se ofender
Certo: Chamar a pessoa deficiente pelo nome, como se faz com qualquer outra pessoa.
5. Errado:Dirigir-se à pessoa cega como se ela fosse surda, fazendo esforço para que ela ouça melhor. O cego não é surdo.
Certo: Conversar com o cego em tom de voz normal.
6. Errado: Referir-se à deficiência da pessoa como uma desgraça, como algo que mereça piedade e vá ser compensado no céu.
Certo: Falar da deficiência como um problema, entre outros, que apenas limita a vida em certos aspectos específicos.
7. Errado: Demonstrar pena da pessoa deficiente.
Certo: Tratar pessoa deficiente como alguém capaz de participar da vida em todos os sentidos.
8. Errado: Usar adjetivos como "maravilhoso", "fantástico" etc., cada vez que se vê uma pessoa deficiente fazendo algo que aparentemente não conseguiria (por exemplo, ver o cego discar o telefone ou ver as horas, ver um surdo falar e/ou compreender o que lhe falam).
Certo: Conscientizar-se de que a pessoa deficiente desenvolve estratégias diárias e superando normalmente os obstáculos, e não mostrar espanto diante de um fato que é comum para o deficiente.
9. Errado: Referir-se às habilidades de um deficiente como "sexto sentido" (no caso do cego e surdo, por exemplo) ou como uma "compensação da natureza".
Certo: Encarar como decorrência normal da deficiência o desenvolvimento de habilidades que possam parecer extraordinárias para uma pessoa comum.
10. Errado: Evitar usar as palavras ver, ouvir, andar, etc., diante de pessoas que sejam cegas, surdas ou privadas de movimentos.
Certo: Conversar normalmente com os deficientes, para que eles não se sintam diferenciados por perceptível constrangimento no falar do interlocutor.
11. Errado: Deixar de oferecer ajuda a uma pessoa deficiente em qualquer situação (por exemplo, cego atravessando a rua, pessoa de muleta subindo no ônibus etc.), mesmo que às vezes o deficiente responda mal, interpretando isto como gesto de piedade. A maioria dos deficientes necessita de ajuda em diversas situações.
Certo: Ajudar o deficiente sempre que for realmente necessário, sem generalizar quaisquer experiências desagradáveis, atribuindo-as somente a pessoas deficientes, pois podem acontecer também com as pessoas normais.
12. Errado: Supervalorizar o deficiente, achando que ele pode resolver qualquer problema sozinho (por exemplo, o cego alcançar qualquer porta apenas contando os passos, sem que alguém indique a direção).
Certo: Conscientizar-se de que as limitações de um deficiente são reais, e muitas vezes ele precisa de auxílio.
13. Errado: Recusar a ajuda oferecida por uma pessoa deficiente, em qualquer situação ou tarefa, por acreditar que não seja capaz de realizá-la.
Certo: Confiar na pessoa deficiente, acreditando que ela só lhe oferecerá ajuda se estiver segura de poder fazer aquilo a que se propõe. O deficiente conhece melhor do que ninguém suas limitações e capacidades.
14. Errado: Ao falar, principalmente com o cego, dirigir-se ao acompanhante do deficiente, e não ao deficiente, como se ele fosse incapaz de pensar, dizer e agir por si.
Certo: Dirigir-se sempre ao próprio deficiente, quando o assunto referir-se a ele, mesmo que esteja acompanhado.
15. Errado: Agarrar a pessoa cega pelo braço para guiá-la, pois ela perde a orientação.
Certo: Deixar que o cego segure no braço ou apoie a mão no ombro de quem o guia.
16. Errado: Agarrar pelo braço pessoas com muletas, ou segurar abruptamente uma cadeira de rodas, ao ver o deficiente diante uma possível dificuldade.
Certo: Ao ver o deficiente diante de um possível obstáculo, perguntar se ele precisa de ajuda, e qual a maneira correta de ajudá-lo. Agarrar um aparelho ortopédico ou uma cadeira de rodas, repentinamente, é uma atitude agressiva, como agarrar qualquer parte do corpo de uma pessoa comum sem aviso.
17. Errado: Segurar o deficiente, na tentativa de ajudá-lo, quando já houver uma pessoa orientando-o, principalmente no caso do cego.
Certo: Quando houver necessidade ajuda ou orientação, apenas uma pessoa deve tocar o deficiente, a não ser em situações muito específicas, que peçam mais ajuda (por exemplo, carregar uma cadeira de rodas para subir uma escada).
18. Errado: Carregar o deficiente, principalmente o cego, ajudá-lo a atravessar a rua, tomar condução, subir ou descer escadas.
Certo: Auxiliar o deficiente nestas situações apenas até o ponto em que realmente seja necessário, para evitar atrapalhá-lo mais.
19. Errado: Pegar a pessoa cega pelo braço para colocá-la na posição na posição correta de sentar numa cadeira.
Certo: Colocar a mão do cego sobre o espaldar da cadeira e deixar que ele se sente como achar melhor.
20. Errado: Guiar a pessoa cega em diagonal quando atravessar a rua.
Certo: Atravessar o cego sempre em linha reta, para que não perca a orientação.
21. Errado: Tratar o deficiente com constrangimento, evitando falar sobre sua deficiência.
Certo: Conversar naturalmente com o deficiente sobre sua deficiência, evitando porém perguntas em excesso. Na maioria dos casos, ele preferirá falar normalmente sobre aquilo que é apenas parte de sua vida, e não uma coisa anormal ou extraordinária, como possa parecer ao interlocutor.
22. Errado: Levar o cego a qualquer lugar onde haja mais pessoas e entrar como se ele pudesse ver quem está no recinto.
Certo: Apresentar o cego a todas as pessoas que estejam num local onde ele é levado por outra pessoa vidente.
23. Errado: Ao receber um cego em sua casa, deixá-lo orientar-se sozinho.
Certo: Ao receber um cego em sua casa, mostre-lhe todas as dependências e os possíveis obstáculos, e deixe que ele se oriente, colocando-se disponível para mostrar-lhe novamente alguma dependência, caso ele ache necessário.
24. Errado:Constranger-se em avisar o cego de que ele está com alguma coisa errada na sua vestimenta ou aparência física, ou que está fazendo movimentos não usuais, como balançar-se ou manter a cabeça baixa durante uma conversa.
Certo: Conscientizar-se de que o cego, por não enxergar, não segue o padrão de imitação visual, não podendo, portanto, seguir o comportamento aparente das pessoas videntes. Avisar o cego sempre que perceber que ele está com aparência ou comportamento fora do padrão social normal, evitando que ele caia no ridículo.
25. Errado: Avançar subitamente sobre a pessoa deficiente por achar que ela não vai conseguir realizar uma tarefa (por exemplo, quando o cego está levando o garfo à boca), se o deficiente não solicitar ajuda.
Certo: Permitir que o deficiente realize sozinho suas tarefas, mesmo quando lhe pareça impossível. Só se deve socorrê-lo em caso de perigo.
26. Errado: Agarrar a pessoa cega com intuito de orientá-la quando ela está caminhando normalmente na rua.
Certo: Deixar que o cego aprenda por si só a transpor os obstáculos da rua, pois ele é capaz de fazê-lo sozinho. Segurar seu braço, exceto no sinal ou diante de algum perigo real, na verdade o desorienta.
27. Errado: Chamar a atenção para o aparelho de surdez.
Certo: Estimular o uso do aparelho, encarando-o com a mesma naturalidade com que são vistos os óculos.
28. Errado: Gritar de longe e/ou às costas de uma pessoa surda para chamá-la.
Certo: Para chamar a atenção de uma pessoa surda que esteja de costas, deve-se tocá-la, de leve, no braço, antes de começar a falar com ela.
29. Errado: Gritar para chamar a atenção de uma pessoa surda que esteja em perigo
Certo: Procurar chegar até ela o mais rapidamente possível, procurando ajudá-la. Lembrar que uma pessoa que atravessa a rua poderá ser surda, podendo, por isso, não ouvir a buzina de seu carro.

sábado, 29 de janeiro de 2011

A PARALISIA CEREBRAL...





















A PARALISIA CEREBRAL
1. - O QUE É A PARALISIA CEREBRAL?
A criança com Paralisia Cerebral tem uma perturbação do controlo da postura e movimento, como consequência
de uma lesão cerebral que atinge o cérebro em período de desenvolvimento Não há dois casos semelhantes.
Algumas crianças têm perturbações ligeiras, quase imperceptíveis, que as tornam desajeitadas a andar, falar ou
a usar as mãos. Outras são gravemente afectadas com incapacidade motora grave, impossibilidade de andar e
falar, sendo depende ntes nas actividades da vida diária. Entre este dois extremos existem os casos mais
variados. De acordo com a localização das lesões e áreas do cérebro afectadas, as manifestações podem ser
diferentes. Os tipos mais comuns são:
A criança com Paralisia Cerebral pode ter inteligência normal ou até acima do normal, mas também pode ter
atraso intelectual, não só devido às lesões cerebrais, mas também pela falta de experiência resultante das suas
deficiências. Os esgares da face e deficiência na fala, devido ao descontrolo dos movimentos, podem fazer
aparentar um atraso mental que na realidade não existe. Podem aparecer formas mistas com diferentes
sintomas, o que torna difícil a avaliação.
• Espástico - Caracterizado por paralisia e aumento de tonicidade
dos músculos resultante de lesões no córtex ou nas vias daí
provenientes. Pode haver um lado do corpo afectado
(hemiparésia), os 4 membros (tetraparésia) ou mais os membros
inferiores (diplegia).
• Atetose/Distonia - Caracterizada por movimentos involuntários e
variações na tonicidade muscular resultantes de lesões dos
núcleos situados no interior dos hemisférios cerebrais (Sistema
Extra-Piramidal)
• Ataxia - Caracterizada por diminuição da tonicidade muscular,
incoordenação dos movimentos e equilíbrio deficiente, devido a
lesões no cerebelo ou das vias cerebelosas. - Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral - Núcleo Regional Sul

2. - QUAIS AS CAUSAS DA PARALISIA CEREBRAL?
Em cada 1000 bebés que nascem, 2 podem ser afectados por Paralisia Cerebral.
A Paralisia Cerebral não é, geralmente, devida a qualquer deficiência dos pais ou doença hereditária. Pode ser
causada por hemorragias, deficiência na circulação cerebral ou falta de oxigénio no cérebro, traumatismo,
infecções, nascimento prematuro e icterícia grave neonatal.
Não se sabe exactamente, num grande número de caso, como e porquê a criança
foi afectada, mas sabe-se que houve uma lesão, geralmente antes do nascimento,
na altura do parto, ou após este, que é responsável pela deficiência.
3. - QUAIS OS PRINCIPAIS PROBLEMAS?
A Paralisia Cerebral é uma deficiência que vai afectar o desenvolvimento da criança. Deficiência é um termo
discutível mas, realmente, quer dizer que uma pequena porção dos milhões de células que existem no cérebro
foi destruída e, portanto, não se pode desenvolver. Não há possibilidade de regeneração destas células, pelo
que não pode haver cura da lesão.
No entanto as células restantes podem ser estimuladas a funcionar o mais adequadamente possível de modo a
compensar a deficiência e desenvolver ao máximo as potencialidades da criança. Não existem medicamentos
nem operações que possam curar a Paralisia Cerebral. No entanto, há uma possibilidade de melhorar.
Esta melhoria não se manifesta subitamente mas, progressivamente, graças a um trabalho persistente e
constante em que a colaboração dos pais é imprescindível. Sem esta colaboração, nem o melhor especialista
pode obter resultados satisfatórios.
O prognóstico nem sempre é fácil de estabelecer. Os médicos, enfermeiros, psicólogos, técnicos de serviço
social e terapeutas não são profetas, e o cérebro da criança desenvolve-se, por um lado, de acordo com o seu
potencial e, por outro, de acordo com o estímulo que recebe.
A criança inteligente colabora melhor nos exercícios e desenvolve mais facilmente as várias funções. A criança
com desenvolvimento mental deficiente tem menos possibilidades e sua recuperação poderá ser mais lenta e
mais limitada.
Não vale a pena os pais atormentarem-se com o futuro do seu filho. Todo o futuro
do Homem é incerto e, num filho são, não se sabe também o que lhe reserva o
futuro. Se diariamente fi zer aquilo que é possível fazer, poderá olhar o futuro mais
confiadamente. Os médicos falam habitualmente uma linguagem complicada que
por vezes pode ser pouco acessível. Se não compreender pergunte, pois é
essencial que seja bem esclarecido sobre a situação. - Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral - Núcleo Regional Sul
Morada: Av. Rainha D.ª Amélia - Lumiar - 1600-671 Lisboa Telefone: +351 21 754 06 92 FAX: +351 21 754 06 93 Email: info@appc -sul.rcts.pt 3
4. - COMO PODE AJUDAR O DESENVOLVIMENTO DO SEU FILHO COM
PARALISIA CEREBRAL
4.1 - A MOTRICIDADE
A colaboração dos Pais no tratamento é indispensável.
Ao lidarmos com uma criança com Paralisia Cerebral damo-nos conta de uma variedade de problemas,
tais como: não segurar a cabeça, não se manter sentada, não andar ou então mover -se de uma maneira
descontrolada e insegura.
O Fisioterapeuta, ao longo de várias sessões de tratamento, vai ajudar os Pais a compreender melhor os
problemas do seu filho e a lidar com ele de uma forma mais adequada,
Ao manejar e posicionar o seu filho é importante movimentá-lo devagar, dando-lhe oportunidade de se
ajustar às mudanças de posição.
Só o tratamento que a criança faz no Centro não chega.
Colabore connosco.
4.2 - A ALIMENTAÇÃO
No primeiro ano de vida um dos problemas que se coloca aos pais é a Alimentação.
Ao nascer algumas crianças apresentam uma sucção tão fraca que têm muita
dificuldade em chupar o peito ou o biberão, principalmente se estiver em muito tempo
com sonda.
Os movimentos dos lábios, língua, palato e mandíbula podem estar afectados
dificultando a mastigação e o engolir (deglutição).
Quando é altura de modificar a alimentação o problema torna-se maior, pois a mãe,
não sabendo como ultrapassar as dificuldades continua a dar papas em vez de
alimentos mais sólidos.
• A motricidade
• A alimentação
• Os cuidados de higiene e a autonomia
• A comunicação e linguagem
• A educação e o desenvolvimento da criança- Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral - Núcleo Regional Sul
Morada: Av. Rainha D.ª Amélia - Lumiar - 1600-671 Lisboa Telefone: +351 21 754 06 92 FAX: +351 21 754 06 93 Email: info@appc -sul.rcts.pt 4
DÊ ATENÇÃO À POSIÇÃO EM QUE SE DÁ DE COMER AO SEU FILHO
A posição durante a alimentação deverá ter em conta a idade da criança e deve permitir um bom
controlo da postura e dos movimentos, impedindo sobretudo o atirar a cabeça para trás. Tanto ao colo,
como numa almofada ou num banco especial é importante que a mãe e o filho se sintam confortáveis, a
fim de que a hora da refeição seja agradável para ambos.
TIPOS DE ALIMENTOS
Os Pais devem introduzir, pouco a pouco, alimentos mais sólidos, de acordo com a idade e as
possibilidades da criança.
COMO DAR DE COMER AO SEU FILHO?
Os Pais serão orientados pelo Terapeuta de Fala quanto ao melhor tipo de colher e copo a utilizar e qual
a melhor forma de o fazer.
Quando o seu filho está a aprender a comer sozinho, só lhe sê ajuda naquilo
que for mesmo necessário. Manifeste o seu contentamento, quando ele é
capaz de fazer qualquer coisa bem. Peça ajuda para saber se é necessário
adaptar talheres, pratos, copos, etc. Se a criança se suja ou suja o chão com
a comida, ponha-lhe um bibe e um plástico no chão.
4.3 - OS CUIDADOS DE HIGIENE E A AUTONOMIA
A hora do banho além de ser a oportunidade de a criança ficar limpa, poderá ser também hora de
brincadeira. Aproveite esta altura para brincar com o seu filho, peça ao seu terapeuta informações sobre
os melhores brinquedos assim como tudo aquilo que existe para sentir que a criança fica em segurança
e bem instalada na banheira. Assim irá proporcionar momentos de satisfação e de independência.
Não se esqueça que é importante lavar os dentes, principalmente depois
das refeições principais. Evite dar açúcar e doces entre as refeições.
Não é fácil habituar qualquer criança a utilizar o bacio, mas não deixe de o
tentar. O seu terapeuta dar -lhe-á indicações sobre que tipo de adaptações
existe para que este treino seja bem sucedido.
Estimule o seu filho a vestir-se e a despir -se sozinho e, enquanto o faz,
lembre-o das partes do corpo. Converse com ele sobre as peças do vestuário, para que servem e quais
as suas cores. Pergunte ao terapeuta qual o tipo de roupa mais adequada e conveniente - Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral - Núcleo Regional Sul
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A tecnologia (computadores, comunicadores, cadeiras de rodas eléctricas, etc.) pode ajudar as crianças
a melhorar a sua autonomia e a terem experiências enriquecedoras. Por exemplo, o computador pode
produzir som, música, pinturas coloridas, assim como letras e palavras de diferentes tamanhos ajudando
o seu filho a brincar, a comunicar e a escrever, proporcionando-lhe mais possibilidades de realização, de
independência e de auto-confiança
4.4 - COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM.
Existem várias formas de comunicar: pelo olhar, sorriso, expressão da face,
movimentos do corpo, palavra, desenho ou escrita.
COMO AJUDAR A DESENVOLVER A LINGUAGEM DO SEU FILHO
- enquanto bebé, estimule e participe nos seus jogos vocais (palrar)
- proporcione-lhe um ambiente estimulante, falando-lhe mesmo que ele não
responda
- aproveite para lhe falar de tudo o que o rodeia, das pessoas, das coisas, dos
animais. Contribui deste modo para aumentar
o seu vocabulário
- não continue a falar -lhe em linguagem
infantil, como se fosse um bebé, dê-lhe a possibilidade de crescer. Se
lhe falar normalmente ajuda-o a desenvolver a linguagem
- não adivinhe os desejos do seu filho. Estimule-o e tente que ele se
exprima por sons, palavras, gestos ou por qualquer outro meio, de modo
que não se isole, desista ou se acomode no seu silêncio.
4.5 - A EDUCAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA
As primeiras relações são muito importantes para o desenvolvimento da
criança. O seu bebé pode ter dificuldade em, por si só, chamar a atenção
do adulto.
Serão os Pais os primeiros a procurar a melhor forma de interagir com ele.
Os vários técnicos poderão ajudá-los na descoberta do brincar, sorrir,
olhar, falar, olhar/comunicar. - Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral - Núcleo Regional Sul
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A esta primeira interacção segue-se toda uma fase de experiências sensoriais, através do brincar por
vezes com o recurso a brinquedos adaptados às necessidades de cada
criança.
A avaliação contínua irá ajudar a definir as necessidades específicas e
capacidades de cada criança, em cada momento, encaminhando-a para
várias estruturas de apoio - Escola regular com ou sem apoio, Centros e
Escolas de apoio especializado.
A criança deficiente frequentará sempre que possível o ensino regular, no
entanto, por vezes, poderá ter necessidade de frequentar, por maior ou
menor tempo, Centros mais especializados onde equipas
transdisciplinares intervindo junto da criança e da família, garantem um
melhor desenvolvimento e a continuidade de cuidados específicos do que ela necessita, de forma a
tornar possível uma maior autonomia e uma futura integração na escola e sociedade.
5. - INTEGRAÇÃO NA VIDA SOCIAL
INTERVENÇÃO NA COMUNIDADE
Todas as crianças necessitam de contactos sociais, na descoberta da sua própria valorização e aceitação
individual.
- Leve o seu filho a passear:
• ao mercado
• à feira
• ao jardim
• à casa dos amigos
• à praia
• ao campo
- Converse com ele sobre estas experiências
- Leve-o a participar nas actividades de tempos livres
- Leve-o a conviver com a natureza - Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral - Núcleo Regional Sul
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Existem apoios na sua comunidade onde pode confiar as suas hesitações, expor e comunicar as suas
dificuldades.
Deve recorrer às Instituições da sua área de residência,
que lhe poderão dar indicações sobre os seus direitos:
A dinâmica e o empenhamento das famílias na procura
de soluções para as necessidades destas crianças é
imprescindível.
Família e Instituições, trabalhando em colaboração e em
equipa, darão um contributo activo para o bem-estar de
todos.
SER PAI E SER MÃE É UM DESAFIO FEITO DE MOMENTOS DIFÍCEIS E MOMENTOS MARAVILHOSOS
1. O VOSSO FILHO É UM MEMBRO DA FAMÍLIA COMO OS OUTROS
POR ISSO, tratem-no como tal, acarinhem-no mas não o amimem,
amem-no, mas não o super proteja
.
2. O VOSSO FILHO NASCEU DO CASAL, POR ISSO AMBOS SÃO RESPONSÁVEIS POR ELE.
PORTANTO, partilhem as tarefas, tornar-se-á assim a vida mais fácil e o vosso filho sentir-se-á mais
feliz.
3. TENTEM NÃO CRIAR BARREIRAS ENTRE VÓS E OS OUTROS, DIGAM DE INÍCIO A VERDADE
SOBRE O VOSSO FILHO, podem ter a certeza que depressa se criará à vossa volta um círculo de
pessoas que vos quererão ajudar.
4. PEÇAM AJUDA E ACEITEM A QUE VOS OFERECEREM. OS OUTROS SÓ VOS PODERÃO AJUDAR
SE LHES FOR DADA A OPORTUNIDADE PARA ISSO. PORTANTO, deixem que os tios, primos, avós
e vizinhos tratem dele quando necessário - eles saberão, se os ensinarem, a cuidar dele até vocês
regressarem. Sentirão, assim, que os outros colaboram e o vosso problema será repartido e mais leve.
5. TENTEM QUE AS OUTRAS CRIANÇAS BRINQUEM COM ELE. Expliquem-lhes que o vosso filho
aprecia a brincadeira, apesar de não poder mover-se
como eles.
6. AJUDEM OS OUTROS A PERCEBER O VOSSO
FILHO, RESPONDENDO ÁS SUAS PERGUNTAS.
Acreditem que o melhor meio de mentalização da
sociedade são os pais, através do seu comportamento
natural.
• Subsistemas sociais (apoio social laboral)
• Centro Regional de Segurança Social
• Junta de Freguesia
• Centro de Saúde
• Hospital
• Santa Casa da Misericórdia
• Associações de Pais. - Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral - Núcleo Regional Sul

7. MÃE, QUANDO ESTIVER MESMO CANSADA, NÃO DEIXE QUE A FALTA DE PACIÊNCIA CHEGUE.
Descanse, descanse mesmo. Saia com o marido ou com os amigos. Acredite que o seu filho beneficia
mais de uma mãe feliz e descansada durante duas horas do que de uma mãe cansada durante todo o
dia.
8. É IMPORTANTE QUE OS PAIS CONTINUEM A TER VIDA DE CASAL, tão importante é para vós
como, para o vosso filho sentir que tem pais unidos .
9. AJUDEM O VOSSO FILHO A APRENDER A COMPORTAR-SE SOCIALMENTE. Na aprovação dos
pais a criança começa a perceber o que deve ou não fazer CONTUDO, não o critiquem
continuadamente, estimulem as atitudes correctas, não esqueçam que o estímulo ou desaprovação
deverá ser dos dois - pai e mãe.
10. O FUTURO DO VOSSO FILHO É CONSTRUÍDO DEGRAU A DEGRAU. Ajudem-no a desenvolver ao
máximo as possibilidades presentes e estimulem-no a atingir a etapa seguinte. Tristezas, preocupações,
esperanças em milagres não ajudam, só prejudicam. Progresso, só um pequeno que seja, permite
manter a esperança de que haja outro passo em frente.
11. EXPRIMAM AS VOSSOS OPINIÕES, PERGUNTEM TUDO O QUE FOR NECESSÁRIO PARA VÓS E
PARA A VOSSA CRIANÇA. Do vosso contacto diário com a criança, vão conhecê-la melhor que
ninguém. Os técnicos estão em função de vós e do vosso filho.. Juntos, pais e técnicos formam uma
equipa coesa.
12. APESAR DE O VOSSO FILHO PODER ESTAR DEPENDENTE FISICAMENTE DE VÓS ELE EVOLUI.
PORTANTO, comportamento a ter com o vosso filho aos 12 meses não deverá ser o mesmo a ter com
ele aos 2 anos e assim progressivamente.
13. TORNAR A CRIANÇA INDEPENDENTE É VERDADEIRO AMOR.
O vosso filho tem o direito de crescer e ser ele próprio. A ser tão independente quanto possível. Algumas
falhas que surjam na vossa relação com ele são naturais e fazem parte da descoberta que pais e filhos
partilham através de uma relação íntima que se está a formar e desenvolver.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Paralisia Cerbral












Convido você, caro leitor, a ler e refletir uma das partes do artigo "Inclusão de alunos com paralisia cerebral no ensino superior: olhar da psicologia" de Alexandre Bosco da Silva Oliveira e Luiza Aline Lopes Rodrigues, ambos da Universidade Potiguar. Gostaria que enquanto estivesse lendo este artigo, refletisse também, sobre o caso do estudante com paralisia cerebral, Ricardo Evandro Souza Ribeiro, que foi discriminado pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB).


'O maior empecilho à sua inclusão é o preconceito social e a consequente falta de aceitação deles (pessoas com deficiência) pela comunidade universitária."

III- Universidade Inclusiva
Atualmente o tema universidade inclusiva é cada vez mais discutido no âmbito acadêmico científico e por especialistas, devido à sua importância e contribuição para uma sociedade inclusiva. A integração e a inclusão de estudantes com necessidades educacionais especiais nas universidades é o debate a ser compreendido e assumido, implantando-se uma política social séria e educativa. A universidade deve pôr em prática a inclusão dos alunos com deficiência. (RODRIGUES, 2004).
lido

Nos anos 90, parte da comunidade acadêmica, das organizações e instituições sociais de pessoas com deficiência começaram a denunciar a inadequação da prática da integração social para eliminação da discriminação contra as pessoas com deficiência. A integração social se constrói pelo esforço da pessoa excluída e seus colaboradores e aliados, como por exemplo: família, instituição especializada com a ação segregadora e pessoas solidárias da comunidade. Na busca pela igualdade plena de oportunidades para todos, o ideal desejado é a inclusão, ou seja, o efetivo acolhimento da sociedade para com as pessoas com deficiência (SASSAKI, 2006).

Como afirma STAINBACK e STAINBACK: O que está em questão no ensino inclusivo não é se os alunos devem ou não receber, de pessoal especializado e de pedagogos qualificados, experiências educacionais aprimoradas e ferramentas e técnicas especializadas das quais necessitam. A questão está em oferecer a esses alunos os serviços de que necessitam, mas em ambientes integrados, e em proporcionar aos professores atualização de suas habilidades. (1999, p. 25).

Não basta apenas a melhoria da qualidade de vida de todos os alunos, sem distinção de capacidades no ambiente acadêmico, ainda que esta seja uma exigência imprescindível e necessária, mas deve-se partir para uma realidade mais ampla, envolvendo toda a comunidade universitária, provocando uma
Para sima ja li
conscientização desta. A proposta de inclusão deve contar com o envolvimento dos docentes, discentes e do pessoal administrativo. As ações pretendidas devem englobar atividades que aliam o ensino, a pesquisa e a extensão. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE PIAUÍ, 2006).

A inclusão precisa ocorrer de forma abrangente e objetiva, respeitando as necessidades de cada aluno, analisando suas possibilidades e particularidades, tornar-se-á mais fácil e justo seu aprendizado como ser individual. (DIAS, 2009). Embora o foco deste trabalho seja a inclusão de alunos com paralisia cerebral, entende-se que a universidade inclusiva é aquela que oferece oportunidades de aprendizagem a todos os seus alunos, tenham eles alguma deficiência ou não.

Especificamente no que se refere ao aluno com deficiência, constata-se que se o acesso ao ensino fundamental é difícil, a situação se repete no ensino superior. Thoma(2006) identificou que o percentual de alunos com deficiência matriculados em 10 IESs do Rio Grande do Sul varia de 0,04 a 0,16%. Atente para o fato de que, de acordo com aOrganização Mundial de Saúde – OMS – as pessoas com deficiência correspondem a10% da população em geral (Valor que tende a ser maior em países subdesenvolvidos como o nosso).

Em sua pesquisa com 12 estudantes universitários – 04 deficientes visuais, 04 deficientes auditivos e 04 com paralisia cerebral - Masini e Bazon (2005), descobriram que, segundo opinião unânime dos entrevistados, o maior empecilho à sua inclusão é o preconceito social e a consequente falta de aceitação deles pela comunidade universitária. Evidenciada em comportamentos como: cobrar menos dos alunos com deficiência visual; não atender/ouvir às solicitações dos alunos deficientes auditivos; se queixar dos alunos com paralisia cerebral por perturbarem a concentração na aula dos outros alunos. Os alunos com paralisia cerebral se sentiam excluídos, queixando-se da falta de auxílio, dificuldade de se relacionar.

Uma faculdade impôs à aluna com paralisia cerebral que ela só se formaria se cursasse apenas até o quarto ano (obtendo somente o grau de bacharel; não o de psicóloga) (MASINI; BAZON, 2005). Essa é uma situação clara de discriminação.

Depreende-se do anteriormente exposto que, o profissional de psicologia precisa intervir prioritariamente no preconceito contra as pessoas com deficiência. É imprescindível que toda a comunidade escolar entenda e reconheça a capacidade das pessoas com deficiência. Quando a instituição de ensino acredita na capacidade de todos e se preocupa em efetivamente democratizar o acesso à educação, mudanças acontecem. MAZZONI; TORRES e ANDRADE (2001) indicam algumas delas: no ingresso nas IES, cuidado na etapa de correção de provas; observar as características da expressão escrita de uma pessoa surda. Ao elaborar as provas, ter atenção às possíveis limitações dos candidatos, decorrentes da deficiência. Para pessoas com deficiência visual, usart extos ampliados, lupas ou outros recursos ópticos especiais para ajudar na leitura; para cegos, realizar provas orais, gravadas ou em Braille, sorobã; para pessoas com deficiência física, adaptar o espaço físico, mobiliários e equipamentos; para pessoas com deficiência auditiva, disponibilizar intérprete de língua de sinais; para pessoas com deficiências múltiplas são utilizadas várias combinações de procedimentos de acordo com o tipo das deficiências associadas.

Ainda no que se refere à inclusão de alunos com deficiência no ensino superior, destaca-se o “Programa Incluir” do Ministério da Educação que tem por objetivo promover ações que garantam o acesso e permanência de pessoas com deficiência nas instituições Federais de educação superior; apoiar a criação, reestruturação e/ou consolidação de núcleos de acessibilidade nas instituições Federais de ensino superior; implementar a política de acessibilidade plena de pessoas com deficiência na educação superior; promover a eliminação de barreiras pedagógicas, atitudinais, arquitetônicas e de comunicações e a efetivação da política de acessibilidade universal. No entanto, das 225 instituições públicas existentes no Brasil, apenas 50 participaram ou participam deste programa, ou seja, apenas 23% do total, e pouco mais de 12% (28 instituições) apresentaram um número igual ou superior a 10 alunos com alguma deficiência matriculados no primeiro semestre de 2006. (ALMEIDA; CASTRO, 2009).



presta-se serviços assistenciais gratuitos de reabilitação e reeducação motora aos carentes de recursos, executando também programas visando a reabilitação dos portadores de paralisia cerebral e outras deficiências físicas em

sábado, 4 de dezembro de 2010

Cidadania com Acesso...

















"COMO FALAR SOBRE DEFICIÊNCIA"


"Como falar sobre deficiênciaPara reflexão e informação as considerações abaixo de autoria de Romeu Kazumi Sassaki, consultor de inclusão social.A partir da leitura dessas definições, percebemos que é sempre interessante pensarmos no sentido e significado das palavras que usamos no nosso dia-a-dia e no cotidiano profissional. Afinal, ao se falar de pessoas com deficiência, mesmo sem perceber, pode-se transmitir uma idéia de preconceito através de expressões pejorativas ou então carregadas de eufemismos. E, como a linguagem transmite concepções culturais, sociais, políticas e morais e reflete sua transformação ao longo do tempo, pode ser que daqui a alguns anos vejamos os mesmos termos que julgamos adequados hoje com outros olhos ? e não é que sejam ?certos? ou ?errados?, apenas são mais adequados para expressar modelos e referências de determinadas épocas ou grupos.
Segue o texto, parte do livro Mídia e Deficiência, publicado em 2003:
?A construção de uma verdadeira sociedade inclusiva passa também pelo cuidado com a linguagem. Na linguagem se expressa, voluntariamente ou involuntariamente, o respeito ou a discriminação em relação às pessoas com deficiências.
Com o objetivo de subsidiar o trabalho de jornalistas e profissionais de educação que necessitam falar ou escrever sobre assuntos de pessoas com deficiência no seu dia-a-adia, a seguir são apresentadas 59 palavras ou expressões incorretas acompanhadas de comentários e dos equivalentes termos corretos. Ouvimos e/ou lemos freqüentemente esses termos incorretos em livros, revistas, jornais, programas de televisão e de rádio, apostilas, reuniões, palestras e aulas.
1. adolescente normalDesejando referir-se a um adolescente (uma criança ou um adulto) que não possua uma deficiência, muitas pessoas usam as expressões adolescente normal, criança normal e adulto normal. Isto acontecia muito no passado, quando a desinformação e o preconceito a respeito de pessoas com deficiência eram de tamanha magnitude que a sociedade acreditava na normalidade das pessoas sem deficiência. Esta crença fundamentava- se na idéia de que era anormal a pessoa que tivesse uma deficiência. A normalidade, em relação a pessoas, é um conceito questionável e ultrapassado. TERMO CORRETO: adolescente (criança, adulto) sem deficiência ou, ainda, adolescente (criança, adulto) não-deficiente.
2. aleijado; defeituoso; incapacitado; inválidoEstes termos eram utilizados com freqüência até a década de 80. A partir de 1981, por influência do Ano Internacional das Pessoas Deficientes, começa-se a escrever e falar pela primeira vez a expressão pessoa deficiente. O acréscimo da palavra pessoa, passando o vocábulo deficiente para a função de adjetivo, foi uma grande novidade na época. No início, houve reações de surpresa e espanto diante da palavra pessoa: ?Puxa, os deficientes são pessoas!?? Aos poucos, entrou em uso a expressão pessoa portadora de deficiência, freqüentemente reduzida para portadores de deficiência. Por volta da metade da década de 90, entrou em uso a expressão pessoas com deficiência, que permanece até os dias de hoje. Ver comentários ao item 47.
3.?apesar de deficiente, ele é um ótimo aluno?Na frase acima há um preconceito embutido: ?A pessoa com deficiência não pode ser um ótimo aluno?. FRASE CORRETA: ?ele tem deficiência e é um ótimo aluno?.
4.?aquela criança não é inteligente?Todas as pessoas são inteligentes, segundo a Teoria das Inteligências Múltiplas. Até o presente, foi comprovada a existência de oito tipos de inteligência (lógico-matemá tica, verbal-lingüística, interpessoal, intrapessoal, musical, naturalista, corporal-cinesté sica e visual-espacial) . FRASE CORRETA: ?aquela criança é menos desenvolvida na inteligência [por ex.] lógico-matemática?.
5. cadeira de rodas elétricaTrata-se de uma cadeira de rodas equipada com um motor. TERMO CORRETO: cadeira de rodas motorizada.
6. ceguinhoO diminutivo ceguinho denota que o cego não é tido como uma pessoa completa. A rigor, diferencia-se entre deficiência visual parcial (baixa visão ou visão subnormal) e cegueira (quando a deficiência visual é total). TERMOS CORRETOS: cego; pessoa cega; pessoa com deficiência visual; deficiente visual.
7. classe normalTERMOS CORRETOS: classe comum; classe regular. No futuro, quando todas as escolas se tornarem inclusivas, bastará o uso da palavra classe sem adjetivá-la. Ver os itens 25 e 51.
8. criança excepcionalTERMO CORRETO: criança com deficiência mental. Excepcionais foi o termo utilizado nas décadas de 50, 60 e 70 para designar pessoas deficientes mentais. Com o surgimento de estudos e práticas educacionais na área de altas habilidades ou talentos extraordinários nas décadas de 80 e 90, o termo excepcionais passou a referir-se a pessoas com inteligência lógica-matemática abaixo da média (pessoas com deficiência mental) e a pessoas com inteligências múltiplas acima da média (pessoas superdotadas ou com altas habilidades e gênios).
9. defeituoso físicoDefeituoso, aleijado e inválido são palavras muito antigas e eram utilizadas com freqüência até o final da década de 70. O termo deficiente, quando usado como substantivo (por ex., o deficiente físico), está caindo em desuso. TERMO CORRETO: pessoa com deficiência física.
10. deficiências físicas (como nome genérico englobando todos os tipos de deficiência)TERMO CORRETO: deficiências (como nome genérico, sem especificar o tipo, mas referindo-se a todos os tipos). Alguns profissionais não-pertencentes ao campo da reabilitação acreditam que as deficiências físicas são divididas em motoras, visuais, auditivas e mentais. Para eles, deficientes físicos são todas as pessoas que têm deficiência de qualquer tipo.
11. deficientes físicos (referindo-se a pessoas com qualquer tipo de deficiência)TERMO CORRETO: pessoas com deficiência (sem especificar o tipo de deficiência). Ver comentário do item 10.12. deficiência mental leve, moderada, severa, profundaTERMO CORRETO: deficiência mental (sem especificar nível de comprometimento) . A nova classificação da deficiência mental, baseada no conceito publicado em 1992 pela Associação Americana de Deficiência Mental, considera a deficiência mental não mais como um traço absoluto da pessoa que a tem e sim como um atributo que interage com o seu meio ambiente físico e humano, que por sua vez deve adaptar-se às necessidades especiais dessa pessoa, provendo-lhe o apoio intermitente, limitado, extensivo ou permanente de que ela necessita para funcionar em 10 áreas de habilidades adaptativas: comunicação, autocuidado, habilidades sociais, vida familiar, uso comunitário, autonomia, saúde e segurança, funcionalidade acadêmica, lazer e trabalho.
13. deficiente mental (referindo-se à pessoa com transtorno mental)TERMOS CORRETOS: pessoa com doença mental, pessoa com transtorno mental, paciente psiquiátrico.
14. doente mental (referindo-se à pessoa com déficit intelectual)TERMOS CORRETOS: pessoa com deficiência mental, pessoa deficiente mental. O termo deficiente, quando usado como substantivo (por ex.: o deficiente físico, o deficiente mental), tende a desaparecer, exceto em títulos de matérias jornalísticas.
15. ?ela é cega mas mora sozinha?Na frase acima há um preconceito embutido: ?Todo cego não é capaz de morar sozinho?. FRASE CORRETA: ?ela é cega e mora sozinha?.
16. ?ela é retardada mental mas é uma atleta excepcional?Na frase acima há um preconceito embutido: ?Toda pessoa com deficiência mental não tem capacidade para ser atleta?. FRASE CORRETA: ?ela tem deficiência mental e se destaca como atleta?.
17. ?ela é surda [ou cega] mas não é retardada mental?A frase acima contém um preconceito: ?Todo surdo ou cego tem retardo mental?. Retardada mental, retardamento mental e retardo mental são termos do passado. FRASE CORRETA: ?ela é surda [ou cega] e não tem deficiência mental?.
18. ?ela foi vítima de paralisia infantil?.A poliomielite já ocorreu nesta pessoa (por ex., ?ela teve pólio?). Enquanto a pessoa estiver viva, ela tem seqüela de poliomielite. A palavra vítima provoca sentimento de piedade. FRASE CORRETA: ?ela teve [flexão no passado] paralisia infantil? e/ou ?ela tem [flexão no presente] seqüela de paralisia infantil?.
19. ?ela teve paralisia cerebral? (referindo-se a uma pessoa no presente)A paralisa cerebral permanece com a pessoa por toda a vida. FRASE CORRETA: ela tem paralisia cerebral.20. ?ele atravessou a fronteira da normalidade quando sofreu um acidente de carro e ficou deficiente?A normalidade, em relação a pessoas, é um conceito questionável. A palavra sofrer coloca a pessoa em situação de vítima e, por isso, provoca sentimentos de piedade. FRASE CORRETA: ?ele teve um acidente de carro que o deixou com uma deficiência?.
21. ?ela foi vítima da pólio?A palavra vítima provoca sentimento de piedade. TERMOS CORRETOS: poliomielite; paralisia infantil e pólio. FC: ela teve pólio.
22. ?ele é surdo-cego?GRAFIA CORRETA: ?ele é surdocego?. Também podemos dizer ou escrever: ?ele tem surdocegueira? Ver o item 55.23. ?ele manca com bengala nas axilas?FRASE CORRETA: ?ele anda com muletas axilares?. No contexto coloquial, é correto o uso do termo muletante para se referir a uma pessoa que anda apoiada em muletas.24. ?ela sofre de paraplegia? [ou de paralisia cerebral ou de seqüela de poliomielite]A palavra sofrer coloca a pessoa em situação de vítima e, por isso, provoca sentimentos de piedade. FRASE CORRETA: ?ela tem paraplegia? [ou paralisia cerebral ou seqüela de poliomielite] .
25. escola normalNo futuro, quando todas as escolas se tornarem inclusivas, bastará o uso da palavra escola sem adjetivá-la. TERMOS CORRETOS: escola comum; escola regular. Ver o item 7 e 51.
26. ?esta família carrega a cruz de ter um filho deficiente?Nesta frase há um estigma embutido: ?Filho deficiente é um peso morto para a família?. FRASE CORRETA: ?esta família tem um filho com deficiência?.27. ?infelizmente, meu primeiro filho é deficiente; mas o segundo é normal?A normalidade, em relação a pessoas, é um conceito questionável, ultrapassado. E a palavra infelizmente reflete o que a mãe pensa da deficiência do primeiro filho: ?uma coisa ruim?. FRASE CORRETA: ?tenho dois filhos: o primeiro tem deficiência e o segundo não tem?.
28. intérprete do LIBRASTERMO CORRETO: intérprete da Libras (ou de Libras). Libras é sigla de Língua de Sinais Brasileira. ?Libras é um termo consagrado pela comunidade surda brasileira, e com o qual ela se identifica. Ele é consagrado pela tradição e é extremamente querido por ela. A manutenção deste termo indica nosso profundo respeito para com as tradições deste povo a quem desejamos ajudar e promover, tanto por razões humanitárias quanto de consciência social e cidadania. Entretanto, no índice lingüístico internacional os idiomas naturais de todos os povos do planeta recebem uma sigla de três letras como, por exemplo, ASL (American Sign Language). Então será necessário chegar a uma outra sigla. Tal preocupação ainda não parece ter chegado na esfera do Brasil?, segundo CAPOVILLA (comunicação pessoal).
29. inválido (referindo-se a uma pessoa)A palavra inválido significa sem valor. Assim eram consideradas as pessoas com deficiência desde a Antiguidade até o final da Segunda Guerra Mundial. TERMO CORRETO: pessoa com deficiência.
30. lepra; leproso; doente de lepraTERMOS CORRETOS: hanseníase; pessoa com hanseníase; doente de hanseníase. Prefira o termo a pessoa com hanseníase ao o hanseniano. A lei federal nº 9.010, de 29-3-95, proíbe a utilização do termo lepra e seus derivados, na linguagem empregada nos documentos oficiais. Alguns dos termos derivados e suas respectivas versões oficiais são: leprologia (hansenologia) , leprologista (hansenologista) , leprosário ou leprocômio (hospital de dermatologia) , lepra lepromatosa (hanseníase virchoviana) , lepra tuberculóide (hanseníase tuberculóide) , lepra dimorfa (hanseníase dimorfa), lepromina (antígeno de Mitsuda), lepra indeterminada (hanseníase indeterminada) . A palavra hanseníase deve ser pronunciada com o h mudo [como em haras, haste, harpa]. Mas, pronuncia-se o nome Hansen (do médico e botânico norueguês Armauer Gerhard Hansen) com o h aspirado.31. LIBRAS ? Linguagem Brasileira de SinaisGRAFIA CORRETA: Libras. TERMO CORRETO: Língua Brasileira de Sinais. Trata-se de uma língua e não de uma linguagem. segundo CAPOVILLA [comunicação pessoal], ?Língua de Sinais Brasileira é preferível a Língua Brasileira de Sinais por uma série imensa de razões. Uma das mais importantes é que Língua de Sinais é uma unidade, que se refere a uma modalidade lingüística quiroarticulató ria-visual e não oroarticulató ria-auditiva. Assim, há Língua de Sinais Brasileira. porque é a língua de sinais desenvolvida e empregada pela comunidade surda brasileira. Não existe uma Língua Brasileira, de sinais ou falada?.
32. língua dos sinaisTERMO CORRETO: língua de sinais. Trata-se de uma língua viva e, por isso, novos sinais sempre surgirão. A quantidade total de sinais não pode ser definitiva.33. linguagem de sinaisTERMO CORRETO: língua de sinais. A comunicação sinalizada dos e com os surdos constitui um língua e não uma linguagem. Já a comunicação por gestos, envolvendo ou não pessoas surdas, constitui uma linguagem gestual. Uma outra aplicação do conceito de linguagem se refere ao que as posturas e atitudes humanas comunicam não-verbalmente, conhecido como a linguagem corporal.
34. Louis BraileGRAFIA CORRETA: Louis Braille. O criador do sistema de escrita e impressão para cegos foi o educador francês Louis Braille (1809-1852), que era cego.35. mongolóide; mongolTERMOS CORRETOS: pessoa com síndrome de Down, criança com Down, uma criança Down. As palavras mongol e mongolóide refletem o preconceito racial da comunidade científica do século 19. Em 1959, os franceses descobriram que a síndrome de Down era um acidente genético. O termo Down vem de John Langdon Down, nome do médico inglês que identificou a síndrome em 1866. ?A síndrome de Down é uma das anomalias cromossômicas mais freqüentes encontradas e, apesar disso, continua envolvida em idéias errôneas? Um dos momentos mais importantes no processo de adaptação da família que tem uma criança com síndrome de Down é aquele em que o diagnóstico é comunicado aos pais, pois esse momento pode ter grande influência em sua reação posterior.? (MUSTACCHI, 2000, p. 880).36. mudinhoQuando se refere ao surdo, a palavra mudo não corresponde à realidade dessa pessoa. O diminutivo mudinho denota que o surdo não é tido como uma pessoa completa. TERMOS CORRETOS: surdo; pessoa surda; deficiente auditivo; pessoa com deficiência auditiva. Ver o item 56.
37. necessidades educativas especiaisTERMO CORRETO: necessidades educacionais especiais. A palavra educativo significa algo que educa. Ora, necessidades não educam; elas são educacionais, ou seja, concernentes à educação (SASSAKI, 1999). O termo necessidades educacionais especiais foi adotado pelo Conselho Nacional de Educação (Resolução nº 2, de 11-9-01, com base no Parecer nº 17/2001, homologado em 15-8-01).
38. o epiléticoTERMOS CORRETOS: a pessoa com epilepsia, a pessoa que tem epilepsia. Evite fazer a pessoa inteira parecer deficiente.
39. o incapacitadoTERMO CORRETO: a pessoa com deficiência. A palavra incapacitado é muito antiga e era utilizada com freqüência até a década de 80.
40. o paralisado cerebralTERMO CORRETO: a pessoa com paralisia cerebral. Prefira sempre destacar a pessoa em vez de fazer a pessoa inteira parecer deficiente.
41. ?paralisia cerebral é uma doença?FRASE CORRETA: ?paralisia cerebral é uma condição?. Muitas pessoas confundem doença com deficiência.
42. pessoa normalTERMOS CORRETOS: pessoa sem deficiência; pessoa não-deficiente. A normalidade, em relação a pessoas, é um conceito questionável e ultrapassado.43. pessoa presa (confinada, condenada) a uma cadeira de rodasTERMOS CORRETOS: pessoa em cadeira de rodas; pessoa que anda em cadeira de rodas; pessoa que usa uma cadeira de rodas. Os termos presa, confinada e condenada provocam sentimentos de piedade. No contexto coloquial, é correto o uso dos termos cadeirante e chumbado.44. pessoas ditas deficientesTERMO CORRETO: pessoas com deficiência. A palavra ditas, neste caso, funciona como eufemismo para negar ou suavizar a deficiência, o que é preconceituoso.
45. pessoas ditas normaisTERMOS CORRETOS: pessoas sem deficiência; pessoas não-deficientes. Neste caso, o termo ditas é utilizado para contestar a normalidade das pessoas, o que se torna redundante nos dias de hoje.46. pessoa surda-mudaGRAFIA CORRETA: pessoa surda ou, dependendo do caso, pessoa com deficiência auditiva. Quando se refere ao surdo, a palavra mudo não corresponde à realidade dessa pessoa. A rigor, diferencia-se entre deficiência auditiva parcial (quando há resíduo auditivo) e surdez (quando a deficiência auditiva é total). Ver item 57.47. portador de deficiênciaTERMO CORRETO: pessoa com deficiência. No Brasil, tornou-se bastante popular, acentuadamente entre 1986 e 1996, o uso do termo portador de deficiência (e suas flexões no feminino e no plural). Pessoas com deficiência vêm ponderando que elas não portam deficiência; que a deficiência que elas têm não é como coisas que às vezes portamos e às vezes não portamos (por exemplo, um documento de identidade, um guarda-chuva) . O termo preferido passou a ser pessoa com deficiência. Ver comentários aos itens 2 e 48.
48. PPD?sGRAFIA CORRETA: PPDs. Não se usa apóstrofo para designar o plural de siglas. A mesma regra vale para siglas como ONGs (e não ONG?s). No Brasil, tornou-se bastante popular, acentuadamente entre 1986 e 1996, o uso do termo pessoas portadoras de deficiência. Hoje, o termo preferido passou a ser pessoas com deficiência, motivando o desuso da sigla PPDs. Ver o item 47.49. quadriplegia; quadriparesiaTERMOS CORRETOS: tetraplegia; tetraparesia. No Brasil, o elemento morfológico tetra tornou-se mais utilizado que o quadri. Ao se referir à pessoa, prefira o termo pessoa com tetraplegia (ou tetraparesia) no lugar de o tetraplégico ou o tetraparético.50. retardo mental, retardamento mentalTERMO CORRETO: deficiência mental. São pejorativos os termos retardado mental, pessoa com retardo mental, portador de retardamento mental etc. Ver comentários ao item 12.51. sala de aula normalTERMO CORRETO: sala de aula comum. Quando todas as escolas forem inclusivas, bastará o termo sala de aula sem adjetivá-lo. Ver os itens 7 e 25.
52. sistema inventado por BraileGRAFIA CORRETA: sistema inventado por Braille. O nome Braille (de Louis Braille, inventor do sistema de escrita e impressão para cegos) se escreve com dois l (éles). Braille nasceu em 1809 e morreu aos 43 anos de idade.
53. sistema BrailleGRAFIA CORRRETA: sistema braile. Conforme MARTINS (1990), grafa-se Braille somente quando se referir ao educador Louis Braille. Por ex.: ?A casa onde Braille passou a infância (?)?. Nos demais casos, devemos grafar: [a] braile (máquina braile, relógio braile, dispositivo eletrônico braile, sistema braile, biblioteca braile etc.) ou [b] em braile (escrita em braile, cardápio em braile, placa metálica em braile, livro em braile, jornal em braile, texto em braile etc.). Ver o item 58.54. ?sofreu um acidente e ficou incapacitado?FRASE CORRETA: ?teve um acidente e ficou deficiente?. A palavra sofrer coloca a pessoa em situação de vítima e, por isso, provoca sentimentos de piedade.55. surdez-cegueiraGRAFIA CORRETA: surdocegueira. É um dos tipos de deficiência múltipla. Ver o item 22.
56. surdinhoTERMOS CORRETOS: surdo; pessoa surda; pessoa com deficiência auditiva. O diminutivo surdinho denota que o surdo não é tido como uma pessoa completa. Os próprios cegos gostam de ser chamados cegos e os surdos de surdos, embora eles não descartem os termos pessoas cegas e pessoas surdas. Ver o item 36.
57. surdo-mudoGRAFIAS CORRETAS: surdo; pessoa surda; pessoa com deficiência auditiva. Quando se refere ao surdo, a palavra mudo não corresponde à realidade dessa pessoa. A rigor, diferencia-se entre deficiência auditiva parcial (quando há resíduo auditivo) e surdez (quando a deficiência auditiva é total). Evite usar a expressão o deficiente auditivo. Ver o item 46.
58. texto (ou escrita, livro, jornal, cardápio, placa metálica) em BrailleTERMOS CORRETOS: texto em braile; escrita em braile; livro em braile; jornal em braile; cardápio em braile; placa metálica em braile. Ver comentários ao item 53.59. visão sub-normalGRAFIA CORRETA: visão subnormal. TERMO CORRETO: baixa visão. É preferível baixa visão a visão subnormal. A rigor, diferencia-se entre deficiência visual parcial (baixa visão) e cegueira (quando a deficiência visual é total).?
"O conhecimento é como um jardim: se não for cultivado, não pode ser colhido." (Provérbio Africano)"

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

A paz do Senhor Jesus Cristo!










"A paz do Senhor Jesus Cristo!
Aqui começa um pequeno relato da minha história. Meu nome é Antônio Marcos Novais. Nasci em 13 de junho de 1972 na cidade de São João do Ivaí. Hoje sou pastor , tenho 35 anos, mas, considero como se estivesse com 15 anos. Quero dizer que nasci com paralisia cerebral e, por decorrência deste problema, fiquei totalmente paralítico, e toda a medicina informava para meus pais que eu iria ficar aleijado e sem poder falar. Só para os irmãos terem uma noção da minha vida - pois até aos 15 anos de idade eu tinha a língua enrolada, os braços e as mãos sem governabilidades, e minha perna esquerda era maior do que a direita mais ou menos 05 (cinco) centímetros – e, vou muito mais além, o meu cérebro não funcionava até aos 12 anos de idade, pois era como o de uma criança de uma semana ou de um mês. Toda a medicina apostava que eu não iria andar - muito menos falar - e, nem ter uma vida normal como as das outras crianças. Meus pais, que não eram evangélicos - para piorar minha situação – não acreditavam em um milagre de Deus para minha vida. Um dia quando o meu avô – que não era cristão e não sabia o que era milagre - chegou em casa e me viu arrastando com a barriga pelo chão, começou a chorar e disse para minha mãe: “hoje, vou à cidade e vou mandar fazer uma cadeira de rodas e um par de muletas para o meu neto”! Neste momento, quando todos começaram a chorar, foi que minha avó Lázara - cega de nascença dos dois olhos e hoje, já dorme no Senhor - que conhecia a Jesus Cristo, foi para o seu quarto e começou a orar por mim e - segundo relato de minha mãe - a única oração a qual ela fazia era: “ Jesus! Cura o meu neto! Jesus! Quero ouvir meu neto falar!” e, depois de alguns meses, comecei a andar e a segurar nas cadeiras, começando a ficar de pé. Tudo isso, graças ao meu bom Deus, que merece toda a honra e toda a glória!
Quando eu tinha de 15 para 16 anos de idade, minha mãe resolveu me matricular em uma escola pública. Neste período, ela começou a sofrer pressão da sociedade local para que eu não fosse matriculado (queriam fazer um abaixo-assinado e até processar minha mãe), pois, segundo eles argumentavam, como uma criança toda anormal, que tinha pescoço e braços moles, sem nenhum raciocínio, iria freqüentar uma escola junto com seus filhos “normais”? Mas, mesmo assim, ela me colocou na escola, e juntamente comigo, também foram meus quatro irmãos para começarmos numa mesma classe. Na verdade, até aquele presente momento, eu não tinha noção de nada e nem sabia que estava existindo. Colocaram-me numa sala de aula com, mais ou menos, 45 alunos e, antes do término da aula, vi quando uma grande luz chegou até a mim e me envolveu e, de dentro daquela luz saiu uma voz que dizia: “ filho meu, estou hoje fazendo de ti um grande homem. Estou te dando memória. Estou te dando equilíbrio e, estou te trazendo da inexistência para a existência” - aquela voz era nada mais, nada menos, do que a voz do meu Deus - e me disse novamente: “ abre os teus olhos e olhe para a frente” e, - quando olhei - vi somente uma mulher virada para o quadro negro e escrevendo sobre ele, e naquela hora, quando olhei para o quadro - tudo o que ali estava escrito - eu já sabia ler e escrever, e isto tudo, naquela primeira manhã. Não querendo prolongar esse texto, mas, depois de dez anos, estava entrando em uma Universidade, depois de disputar uma vaga com mais de 4000 candidatos e Deus me deu a bênção de passar em nono lugar!
Hoje, pela glória de Deus, sou Técnico em Contabilidade e Técnico em Informática, e tudo o que sou, devo a misericórdia do meu Deus! e estou cursando o curso de Direito
Sou, também, Evangelista e Missionário da Igreja Evangélica Assembléia de Deus - Ministério Missões - da Cidade de Arapongas, no Paraná, e estamos pregando e louvando e testemunhando em todo o Brasil, dessas mui ricas bênçãos que o grande Deus tem feito em nosso viver! A medicina se assustou em me ver andando e falando, pois, segundo eles, o meu caso é o numero 1 em todo o mundo!
Hoje sou casado, com Renata Aparecida Novais e tenho dois lindos filhos - João Marcos Novais de 8 anos e, Paulo Nathan Novais de 5 anos . Ninguém imaginava que, um dia, alguma moça se interessaria por mim, devido às minhas condições físicas. Várias psicólogas me orientavam a não casar, porque - segundo elas – caso eu viesse a ter filhos, todos poderiam nascer com o mesmo problema de paralisia cerebral com o que eu nasci. Mas, o meu Deus, fez tudo ao contrário do prognóstico dado por elas, pois, deu-me uma linda mulher, e os meus dois filhos nasceram todos perfeitos, para a honra e a glória do nome Jesus! Hoje, vivo viajando pelo Brasil e o mundo, pregando e louvando ao meu Deus para fortalecimento da fé de muitos!"

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

TRATAMENTO GRATUITO PARA PORTADORES DE PARALISIA CEREBRAL...









TRATAMENTO GRATUITO PARA PORTADORES DE PARALISIA CEREBRAL, DEFICIENTES FÍSICOS E MOTORES


"Eu mesmo não sabia que existia por ser pouco divulgado pela mídia, então resolvi fazer a minha parte e passar a informação adiante, pois creio ser útil para muitas pessoas que procuram tratamento e não tem condições de arcar com as despesas do mesmo.
Situado no coração do bairro do Andaraí, no Rio de Janeiro, encontra-se o IBRM - Instituto Brasileiro de Reeducação Motora que através de sua sociação beneficiente promove a assitência na captação profissional, reinserção familiar, comunitária e social, visando a recuperação física , educacional, profissional, psicológica, familiar e social de pessoas portadoras de paralisia cerebral e outras deficiências físicas e motoras congênitas ou adquiridas.
O IBRM foi fundado em 1955 e até hoje realiza atividades nas áreas de beneficiência e assistência social, com destaque para a saúde em atividades de estimulação precose, terapia intensiva, fonoaudiologia, psicologia, fisioterapia, psicopedagogia, musicoterapia, saude auditiva.
A prioridade do Instituto é atender pessoas com paralisia cerebral, tendo em seu publico de bebês recém nascidos até pessoas da 3ª idade , tendo também um importante trabalho no tratamento de bebês de alto risco através do PROJETO DE PREVENÇÃO , DIAGNÓSTICO E ESTIMULAÇÃO PRECOSE DA PARALISIA CEREBRAL .
Toda a metodologia dos tratamentos oferecidos pelo instituto foram desenvolvidos pelo Dr. Juércio Samarão Brandão fundador do mesmo.
Há a disposição no IBRM um moderno Serviço de avaliação Auditiva , que através de aparelhos avançados e excelente infra-estrutura permite avaliar desde bebês recém nascidos até idosos.
No IBRM presta-se serviços assistenciais gratuitos de reabilitação e reeducação motora aos carentes de recursos, executando também programas visando a reabilitação dos portadores de paralisia cerebral e outras deficiências físicas em todos os campos de atividade do conhecimento humano , sem discriminação quanto a orientação sexual, etnia, gênero, deficiência ou religiosa.
Em meio de tão deficitário atendimento na saúde pública, é realmente louvável a existência de instituições como esta que ajudam a população carente!! Parabéns IBRM por você existir!!!"

domingo, 31 de outubro de 2010

Um Sonho muito Especial














"Um Sonho muito Especial..."

"Em pleno século XXI a deficiência ainda é um problema social difícil de encarar.
A Sociedade ainda olha para o deficiente como uma pessoa sem capacidade para participar na vida social.

No nosso país, hoje em dia, quantos de nós, pais de crianças especiais, já sentimos aquele olhar de repulsa pelo filho que levamos connosco? Como se a deficiência fosse contagiosa...ainda pensam alguns!!..

Há pouco mais de 50 anos, na Alemanha os deficientes foram as primeiras vítimas de uma política de apuramento de raça.
Em França, a linguagem gestual para surdos foi proibida oficialmente até 1975 por ser considerada obscena.
Em países do Leste da Europa e da Ásia, ter um filho deficiente continua a ser uma vergonha social, acabando os mesmos encarcerados em sanatórios.

A Sociedade ainda não está preparada para estas crianças. É uma sociedade apática, que adormece sobre estes problemas. E o problema da Tutela é precisamente esse – dorme de consciência tranquila.

Felizmente as famílias vão alertando as consciências adormecidas. Por vezes a revolta instala-se e os desabafos surgem de forma espontânea:

- O meu filho precisa de umas talas.
- O meu filho precisa de uma cadeira de rodas...
- Não tenho dinheiro para os medicamentos.
- Estou á espera de um colete para a minha filha... já lá vão 8 meses...

Mas afinal onde está o respeito pelas crianças especiais? Como é possível descurar a saúde desta crianças para não falar em sentimentos, pois afinal estas crianças têm muito de comum com as crianças normais, apenas com uma pequena diferença, precisam de cuidados especiais.

Mas os desabafos continuam:
- O meu bebé é diferente... quem me ajuda...
- Não sei tratar do meu filho...
- Quem vai tomar conta da minha filha, é que já tenho 72 anos

Ás vezes pergunto-me onde estão os técnicos... a tal palavra amiga que tanta falta faz para nos confortar...Um dia alguém me disse: tenho tanta pena de ser assim...

A sociedade em que vivemos é feita à medida de quem ouve, vê e anda ou melhor é feita para quem não tem estes problemas.
As famílias continuam a lidar com o desconforto, a insegurança e a preocupação de quem quer mais e melhor para os seus filhos e não consegue...quem vive com estas dificuldades tem que mover mundos e fundos para as tentar resolver.

- Não consigo esquecer-me do olhar triste de uma mãe que pede ajuda para uma lente dos óculos do seu filho que se tinham estragado...a lente custava cinquenta euros...
Não é justo!

Cada vez mais as famílias têm que ter um papel mais activo, para que a sociedade se habitue às crianças diferentes. A deficiência é uma questão de direitos humanos, em que a Sociedade deveria dar o exemplo e educar para aceitar a deficiência uma vez que o problema da integração social da deficiência tem sido esquecido.

Existe também um problema crónico grave no sistema Educativo/Pedagógico, a escola está em crise, sem preparação para enfrentar estes desafios.
É urgente que os professores debatam estes desafios sem medo e sem preconceitos.
A Declaração de Salamanca diz que “todos os alunos devem aprender juntos”, mas a escola inclusiva até agora não tem passado de uma utopia.
A educação das crianças especiais está comprometida. Se ao nível pedagógico a situação é alarmante, ao nível terapêutico não será melhor.

Felizmente algumas mentalidades têm vindo a alterar-se ao longo dos últimos anos e entramos no séc. XXI com um sentimento de optimismo pelos desenvolvimentos alcançados, existindo já em Portugal alguns centros de reabilitação que apoiam as crianças especiais.

Em Portugal existem 1 milhão de pessoas com deficiência, o distrito de Leiria é um dos distritos em que a deficiência atinge maior incidência, ocupando o 4º lugar a nível nacional com mais deficientes.

O distrito de Leiria tendo 12 % de população com deficiência, (física, mental e sensorial) constitui uma minoria impossível de ignorar, já possui um centro de reabilitação em regime ambulatório.
As nossas crianças especiais com paralisia cerebral, situações neurológicas afins e outras, bem como as suas famílias já podem ser atendidas em Leira, evitando frequentes deslocações a Coimbra, bem como os custos sociais e financeiros inerentes.

Em 2000 um grupo de pais reuniu-se e formou a Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral de Leiria, com o objectivo de colmatar a inexistência de meios de apoio e reabilitação no distrito, ao nível da Prevenção, (Re) Habilitação, Participação, Inclusão Social e Apoio à Família, e deste modo permitir a descentralização e localização de respostas adequadas às necessidades específicas das Crianças Especiais.

Este projecto pela qualidade de vida das crianças especiais, foi pensado, vivido e desenvolvido por pais que vivem o mundo das crianças especiais, que é um mundo diferente, um mundo de necessidades que nos exigem o máximo, 24 sobre 24 horas, mas que nós, pais, com todo o amor que lhes temos, não desistiremos nunca, seja com uma palavra ou um sorriso porque, elas merecem todo o amor que lhes pudermos dar.

Vários contactos têm sido feitos com entidades oficiais, particulares e empresas, para se aliarem a este projecto de esperança e solidariedade e se tornarem nossos parceiros, para juntos conseguirmos tornar o sonho uma realidade.
Todo o trabalho desenvolvido é fruto de grande esforço dos pais, familiares e amigos que têm sido incansáveis.

As Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) representam 70% da acção social em Portugal e a Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral de Leiria é uma delas. Também são de louvar todas as outras Instituições que existem no nosso Distrito e que trabalham em prol das crianças especiais, com objectivo de melhorar a qualidade de vida das mesmas. Pelo trabalho exemplar que desenvolvem é importante que todas elas tenham o apoio correspondente da parte do Governo.

Cada vez mais as Instituições têm que reclamar uma maior intervenção a nível Distrital. A Tutela tem a obrigação de ter um papel mais activo, ajudando as Instituições a desenvolver a sua missão com sucesso.

É urgente que o futuro destas crianças possa ser assegurado. É um direito que lhes assiste e a diferença merece todas as oportunidades.

Se Deus conseguir inspirar os mecenas, as nossas crianças especiais serão mais felizes e as suas famílias ficar-lhes-ão gratas, pelo amor que todos temos aos nossos filhos e acima de tudo pela necessidade de melhorar a sua qualidade de vida e esperança de uma oportunidade para ocupar um lugar na nossa sociedade.

Aquilo que todos temos em comum é importarmo-nos com os outros, em particular com as crianças especiais, que com todas as suas dificuldades e todas as suas pequenas vitórias, são pessoas por quem devemos marcar a diferença.
Leiria conseguiu marcar essa diferença com a criação do Centro de Reabilitação da Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral de Leiria (APPC-Leiria), que desde Janeiro de 2004 apoia as Crianças Especiais do distrito.

Todas as crianças são especiais, mas algumas precisam de um apoio, de um olhar, de um carinho...mais especial ainda


Ajudem-nos hoje para vos pudermos ajudar amanhã....




A Pessoa com Paralisia Cerebral pode ter inteligência normal ou até acima do normal...

A Paralisia Cerebral define-se como um conjunto amplo de situações caracterizadas por:

•Serem permanentes mas não inalteráveis;
•Envolverem uma alteração do movimento, da postura e da função motora;
•Serem devidas a interferência/lesão/anomalia não progressiva do desenvolvimento do cérebro imaturo.
A Paralisia Cerebral pode ser classificada de acordo com a natureza da perturbação do movimento que predomina, e pode ser:

Espástica
Caracterizada por: um padrão anormal do movimento e/ou da postura; um aumento de tónus; e reflexos patológicos (hiper reflexia ou sinais piramidais). Pode haver um lado do corpo afectado (unilateral) ou os dois lados (bilateral).

Disquinética
Caracterizada por: um padrão anormal do movimento e/ou da postura; movimentos involuntários, descontrolados, recorrentes, esteriotipados das partes do corpo afectadas. Esta pode ser: distónica, que é caracterizada por hipocinésia e hipertonia; ou coreo-atetosica, que é caracterizada por hipercinésia e hipotonia.

Ataxia
Caracterizada por: um padrão anormal do movimento e/ou da postura; perda ou alteração da coordenação muscular que se traduz em alterações na força, no ritmo e na precisão dos movimentos.


A Pessoa com Paralisia Cerebral pode ter inteligência normal ou até acima do normal, mas também pode ter atraso intelectual, não só devido às lesões cerebrais, mas também pela falta de experiência resultante das suas deficiências.

Podem aparecer formas mistas com diferentes sintomas, o que torna difícil a avaliação.

Além da perturbação motora há também, por vezes, défices sensoriais, deficiência de visão e audição, dificuldades perceptivas, deficiência na fala e epilepsia, o que torna o quadro mais complexo.


Acudam ao Drama dos Deficientes".

Sendo eu pai de uma criança deficiente, que vive 24 sobre 24 horas o drama de ter uma criança com necessidades especiais, gostava de fazer um apelo aos meus concidadãos:

Aos pais de outras crianças especiais, para que não se isolem do resto da sociedade. É nossa obrigação participar activamente na educação dos nossos filhos, contribuir para que a sociedade aceite sem preconceitos a deficiência, é ainda nosso dever intervir de forma construtiva no processo educacional dos nosso filhos, junto das escolas, instituições e outras entidades que prestam serviços nesta área.

Quantos de nós, já corremos meio mundo, participando em Congressos sobre a deficiência, cheios de esperança que algum dia surja uma cura para a doença do nosso filho, ou apenas na esperança de ali aprendermos mais uma técnica que nos permita melhorar a qualidade de vida do nosso filho, ou ainda encontrar-mos outros pais que partilhem a sua experiência connosco. No entanto, em quantos mais congressos participo, mais fico com a sensação de que o resultado final é meramente virtual. Porque cada vez mais, nesses congressos, se dá a palavra a técnicos, cientistas, investigadores etc., e cada vez menos se houve os pais, cuja experiência neste processo não poderia nunca ser esquecida.

Foi o caso do Congresso Internacional realizado em Outubro 2002 no Coliseu dos Recreios em Lisboa, dedicado às crianças com deficiência, com 4 dias de discursos, mensagens, de desfiles de personalidades...etc., que no final se traduziram numa grande desilusão uma vez que em termos práticos não contribuíram para:

•Aumentar o número de horas do ensino especial a que as crianças deficientes têm direito;
•Melhorar as condições e motivar os técnicos;
•Abrir novas escolas de ensino especial;
•Abrir novos centros de reabilitação;
•Melhorar a inclusão destas crianças no ensino oficial e na sociedade.

Eu vivo em Leiria, capital do Distrito, onde existe uma população com 12% de deficiência (censos 2001).

Apelo a todos os que vivem neste Distrito, sejam pais, familiares, instituições privadas ou públicas, representantes do poder local e central para que juntem esforços no sentido de se conseguir abrir um Centro de Reabilitação para Crianças Deficientes em Leiria.

Que melhor modo de comemorar-mos o ANO EUROPEU DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA em Leiria, do que contribuir para a realização deste sonho: abrir um Centro de Reabilitação, uma obra que fica para o futuro.

Ser pai de uma criança especial, é viver numa “guerra” permanente, para vencer as incapacidades dos nossos filhos, é estar sempre com ele, em muitos casos para o resto da vida, porque ele depende totalmente de nós.

Nos tempos conturbados em que vivemos, vejo tanta gente a dispender energias em discursos na TV, em manifestações na rua, em artigos nos jornais, em prol de realidades longínquas, com o nobre ideal de melhorar o mundo.

Deixem-me que desabafe, a melhor forma de melhorar-mos o mundo é começar pelo nosso país, pela nossa cidade, pela nossa casa.

Ajudem-nos com a vossa solidariedade a abrir o centro de reabilitação em Leiria que irá suprir as necessidades de centenas de crianças do Distrito, que têm que recorrer a Coimbra ou Lisboa semanalmente.
Ajudem-nos a vencer esta “guerra” que também é de todos nós (existe um milhão de pessoas deficientes em Portugal, censos 2001), para a paz das consciências adormecidas.

P.S. A minha Filha, apesar de não andar e não falar, é a minha alegria e a minha força de viver e seria uma pena que do ANO EUROPEU DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA, nada de concreto e útil resultasse, para melhorar a qualidade de vida das crianças com deficiência


Formação

Uma das grandes apostas da Direcção da Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral de Leiria (APPC-Leiria) passa pela Formação, informação e divulgação das actividades desenvolvidas.
O papel da Equipa Técnica tem sido importantíssimo para a sua concretização. Todos os funcionários deste Centro, sem excepções, têm dado o seu melhor contributo no desenvolvimento das acções de formação, realização de vídeos e elaboração de folhetos, que vão sendo desenvolvidos ao longo do ano e para os quais são pedidos diversos apoio ao abrigo da Lei do Mecenato. "