sábado, 6 de dezembro de 2008

As diculdades da vida











Os mais de 630 mil portugueses com algum tipo de deficiência enfrentam diariamente com muitas barreiras arquitectónicas nos transportes, edifícios e emprego, constataram os autores do estudo, que se basearam no testemunho de 1.213 deficientes.
Três em cada quatro deficientes sentem grandes dificuldades em usar os transportes públicos e, por isso, mais de metade nunca os utilizou, revela um estudo da revista Devo Proteste a publicar na edição de Fevereiro. Os mais de 630 mil portugueses com algum tipo de deficiência enfrentam diariamente muitas barreiras arquitectónicas nos transportes, edifícios e emprego, constataram os autores do estudo, que se basearam no testemunho de 1.213 deficientes (67% com limitações motoras e 30% com problemas a nível da visão ou audição).
Para 71% dos inquiridos o uso de transportes públicos apresenta grandes dificuldades. Os maus acessos para chegar às estações, as dificuldades em entrar e sair dos veículos e em encontrar funcionários disponíveis para ajudar são as principais queixas. Por isso, mais de metade dos inquiridos nunca andou de eléctrico, comboio, metro ou autocarro e 68% deslocam-se de carro.
Para comprar carro, 30% teve direito a benefícios fiscais ou foram reembolsados, mas mais de metade das pessoas que fizeram alterações no veículo devido à sua condição referiram a falta de ajudas financeiras. Os deficientes revelaram também grandes dificuldades no acesso a actividades de lazer, quando têm de ir ao hospital ou centro de saúde, quando precisam de levantar dinheiro ou aceder a edifícios públicos, como os correios.
As actividades de lazer fora de casa são raras por impedimentos relacionados com a condição física (71%) e preço elevado (34%). Mais de metade dos inquiridos disse que a maioria dos locais desportivos e de convívio não tem condições para se movimentar. No último ano, menos de 30 % visitou um museu. A maioria dedica o seu tempo livre a ver televisão e DVD e cerca de metade nunca navegou na Internet. Muitos sítios da rede ainda não têm descrições áudio, comando verbal, interpretação gestual ou legendas, para facilitar a utilização.
Em casa, continua o cenário de desigualdade. Os Censos de 2001 indicaram que 37,4% das pessoas com deficiência residiam em edifícios não acessíveis. Além das barreiras arquitectónicas, muitos deficientes enfrentam barreiras no crédito à habitação devido à exigência de contratar um seguro de vida, que algumas seguradoras recusam a que seja portador de algum grau de invalidez ou deficiências. Mais de um terço dos inquiridos têm uma profissão, mas sentem dificuldade em desempenhá-la: 43% aponta falta de condições nos acessos, 26% falta de adaptação das casas-de-banho e 22% obstáculos na circulação. Para os que precisam de ajuda nas tarefas domésticas, o preço é o principal impedimento, já que o custo elevado impossibilita um quarto dos inquiridos de aceder a um serviço de assistência. A revista da associação de consumidores DECO assinala que o Orçamento de Estado para 2007 veio limitar os direitos dos contribuintes com deficiência (com incapacidade permanente, igual ou superior a 60%, para o fisco).

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

dia mundial da pessoa com deficientes...



Hoje é mais um dia em que as pessoas ditas normais de lembram que há pessoas "diferentes" delas. Essas mesmas pessoas não parece que se lembram que há todos os dias pessoas "diferentes" ou por nascença ou por acidente.
Eu posso dizer que sou uma pessoa felizardo em ser "diferente" das pessoas que pensam que não têm problemas físicos ou que pensam que só pode acontecer aos outros, mas que lhes pode acontecer à pessoa mais próxima de si.
Posso dizer que, este ano, terminei o meu 12º ano. Custou mas consegui finalmente concretizar mais uma das minhas etapas da vida. Em Setembro, decidi ir ao centro de emprego para ver ser poderia arranjar algum emprego para mim. Lá sugeriram-me eu entrar na instituição Associação de Beneficência Popular de Gouveia (ABPG). De início pensei que não gostei muito da ideia, mas com a continuação da conversa, fui pensado melhor e decidi aceitar a proposta, mesmo porque não era obrigada a ficar lá se não quisesse. Teria 3 meses para me adaptar.
Entrei para a instituição em Outubro e até agora estou a gostar de lá estar. Conheci novas pessoas, pessoas de maneiras diferentes, com diversas dificuldades, diversas deficiências. Fez-me bem entrar para a ABPG. Sinto que posso fazer muito por muita gente e sinto que essas mesmas pessoas fazem muito por mim também.
Isto tudo para dizer que existem pessoas de todos os lados com as suas deficiências, suas dificuldades, mas que se podem ajudar mutuamente. Mas acho que se pode fazer muito mais pelas pessoas com deficiência pois não é só nas instituições que existem as pessoas com deficiências. Existe nos hospitais, nas clínicas, nas Câmaras, nas escolas e até mesmo fechados em casa para se esconderem da sociedade que olha-nos de lado, que nos rejeita e que às vezes consegue fugir de nós com medo de serem contagiadas pelas doenças que não são transmissíveis.
As pessoas têm que começar a perceber que somos todos iguais apesar das nossas diferenças físicas. Somos todos feitos de carne e osso, temos todos pensamentos, sentimentos. É verdade que há pessoas que têm distúrbios mentais, mas não precisamos as descriminar, basta um simples sorriso para as fazer feliz, e não é virando as costas que os problemas se vão resolver.