sábado, 18 de dezembro de 2010

Paralisia Cerbral












Convido você, caro leitor, a ler e refletir uma das partes do artigo "Inclusão de alunos com paralisia cerebral no ensino superior: olhar da psicologia" de Alexandre Bosco da Silva Oliveira e Luiza Aline Lopes Rodrigues, ambos da Universidade Potiguar. Gostaria que enquanto estivesse lendo este artigo, refletisse também, sobre o caso do estudante com paralisia cerebral, Ricardo Evandro Souza Ribeiro, que foi discriminado pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB).


'O maior empecilho à sua inclusão é o preconceito social e a consequente falta de aceitação deles (pessoas com deficiência) pela comunidade universitária."

III- Universidade Inclusiva
Atualmente o tema universidade inclusiva é cada vez mais discutido no âmbito acadêmico científico e por especialistas, devido à sua importância e contribuição para uma sociedade inclusiva. A integração e a inclusão de estudantes com necessidades educacionais especiais nas universidades é o debate a ser compreendido e assumido, implantando-se uma política social séria e educativa. A universidade deve pôr em prática a inclusão dos alunos com deficiência. (RODRIGUES, 2004).
lido

Nos anos 90, parte da comunidade acadêmica, das organizações e instituições sociais de pessoas com deficiência começaram a denunciar a inadequação da prática da integração social para eliminação da discriminação contra as pessoas com deficiência. A integração social se constrói pelo esforço da pessoa excluída e seus colaboradores e aliados, como por exemplo: família, instituição especializada com a ação segregadora e pessoas solidárias da comunidade. Na busca pela igualdade plena de oportunidades para todos, o ideal desejado é a inclusão, ou seja, o efetivo acolhimento da sociedade para com as pessoas com deficiência (SASSAKI, 2006).

Como afirma STAINBACK e STAINBACK: O que está em questão no ensino inclusivo não é se os alunos devem ou não receber, de pessoal especializado e de pedagogos qualificados, experiências educacionais aprimoradas e ferramentas e técnicas especializadas das quais necessitam. A questão está em oferecer a esses alunos os serviços de que necessitam, mas em ambientes integrados, e em proporcionar aos professores atualização de suas habilidades. (1999, p. 25).

Não basta apenas a melhoria da qualidade de vida de todos os alunos, sem distinção de capacidades no ambiente acadêmico, ainda que esta seja uma exigência imprescindível e necessária, mas deve-se partir para uma realidade mais ampla, envolvendo toda a comunidade universitária, provocando uma
Para sima ja li
conscientização desta. A proposta de inclusão deve contar com o envolvimento dos docentes, discentes e do pessoal administrativo. As ações pretendidas devem englobar atividades que aliam o ensino, a pesquisa e a extensão. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE PIAUÍ, 2006).

A inclusão precisa ocorrer de forma abrangente e objetiva, respeitando as necessidades de cada aluno, analisando suas possibilidades e particularidades, tornar-se-á mais fácil e justo seu aprendizado como ser individual. (DIAS, 2009). Embora o foco deste trabalho seja a inclusão de alunos com paralisia cerebral, entende-se que a universidade inclusiva é aquela que oferece oportunidades de aprendizagem a todos os seus alunos, tenham eles alguma deficiência ou não.

Especificamente no que se refere ao aluno com deficiência, constata-se que se o acesso ao ensino fundamental é difícil, a situação se repete no ensino superior. Thoma(2006) identificou que o percentual de alunos com deficiência matriculados em 10 IESs do Rio Grande do Sul varia de 0,04 a 0,16%. Atente para o fato de que, de acordo com aOrganização Mundial de Saúde – OMS – as pessoas com deficiência correspondem a10% da população em geral (Valor que tende a ser maior em países subdesenvolvidos como o nosso).

Em sua pesquisa com 12 estudantes universitários – 04 deficientes visuais, 04 deficientes auditivos e 04 com paralisia cerebral - Masini e Bazon (2005), descobriram que, segundo opinião unânime dos entrevistados, o maior empecilho à sua inclusão é o preconceito social e a consequente falta de aceitação deles pela comunidade universitária. Evidenciada em comportamentos como: cobrar menos dos alunos com deficiência visual; não atender/ouvir às solicitações dos alunos deficientes auditivos; se queixar dos alunos com paralisia cerebral por perturbarem a concentração na aula dos outros alunos. Os alunos com paralisia cerebral se sentiam excluídos, queixando-se da falta de auxílio, dificuldade de se relacionar.

Uma faculdade impôs à aluna com paralisia cerebral que ela só se formaria se cursasse apenas até o quarto ano (obtendo somente o grau de bacharel; não o de psicóloga) (MASINI; BAZON, 2005). Essa é uma situação clara de discriminação.

Depreende-se do anteriormente exposto que, o profissional de psicologia precisa intervir prioritariamente no preconceito contra as pessoas com deficiência. É imprescindível que toda a comunidade escolar entenda e reconheça a capacidade das pessoas com deficiência. Quando a instituição de ensino acredita na capacidade de todos e se preocupa em efetivamente democratizar o acesso à educação, mudanças acontecem. MAZZONI; TORRES e ANDRADE (2001) indicam algumas delas: no ingresso nas IES, cuidado na etapa de correção de provas; observar as características da expressão escrita de uma pessoa surda. Ao elaborar as provas, ter atenção às possíveis limitações dos candidatos, decorrentes da deficiência. Para pessoas com deficiência visual, usart extos ampliados, lupas ou outros recursos ópticos especiais para ajudar na leitura; para cegos, realizar provas orais, gravadas ou em Braille, sorobã; para pessoas com deficiência física, adaptar o espaço físico, mobiliários e equipamentos; para pessoas com deficiência auditiva, disponibilizar intérprete de língua de sinais; para pessoas com deficiências múltiplas são utilizadas várias combinações de procedimentos de acordo com o tipo das deficiências associadas.

Ainda no que se refere à inclusão de alunos com deficiência no ensino superior, destaca-se o “Programa Incluir” do Ministério da Educação que tem por objetivo promover ações que garantam o acesso e permanência de pessoas com deficiência nas instituições Federais de educação superior; apoiar a criação, reestruturação e/ou consolidação de núcleos de acessibilidade nas instituições Federais de ensino superior; implementar a política de acessibilidade plena de pessoas com deficiência na educação superior; promover a eliminação de barreiras pedagógicas, atitudinais, arquitetônicas e de comunicações e a efetivação da política de acessibilidade universal. No entanto, das 225 instituições públicas existentes no Brasil, apenas 50 participaram ou participam deste programa, ou seja, apenas 23% do total, e pouco mais de 12% (28 instituições) apresentaram um número igual ou superior a 10 alunos com alguma deficiência matriculados no primeiro semestre de 2006. (ALMEIDA; CASTRO, 2009).



presta-se serviços assistenciais gratuitos de reabilitação e reeducação motora aos carentes de recursos, executando também programas visando a reabilitação dos portadores de paralisia cerebral e outras deficiências físicas em

sábado, 4 de dezembro de 2010

Cidadania com Acesso...

















"COMO FALAR SOBRE DEFICIÊNCIA"


"Como falar sobre deficiênciaPara reflexão e informação as considerações abaixo de autoria de Romeu Kazumi Sassaki, consultor de inclusão social.A partir da leitura dessas definições, percebemos que é sempre interessante pensarmos no sentido e significado das palavras que usamos no nosso dia-a-dia e no cotidiano profissional. Afinal, ao se falar de pessoas com deficiência, mesmo sem perceber, pode-se transmitir uma idéia de preconceito através de expressões pejorativas ou então carregadas de eufemismos. E, como a linguagem transmite concepções culturais, sociais, políticas e morais e reflete sua transformação ao longo do tempo, pode ser que daqui a alguns anos vejamos os mesmos termos que julgamos adequados hoje com outros olhos ? e não é que sejam ?certos? ou ?errados?, apenas são mais adequados para expressar modelos e referências de determinadas épocas ou grupos.
Segue o texto, parte do livro Mídia e Deficiência, publicado em 2003:
?A construção de uma verdadeira sociedade inclusiva passa também pelo cuidado com a linguagem. Na linguagem se expressa, voluntariamente ou involuntariamente, o respeito ou a discriminação em relação às pessoas com deficiências.
Com o objetivo de subsidiar o trabalho de jornalistas e profissionais de educação que necessitam falar ou escrever sobre assuntos de pessoas com deficiência no seu dia-a-adia, a seguir são apresentadas 59 palavras ou expressões incorretas acompanhadas de comentários e dos equivalentes termos corretos. Ouvimos e/ou lemos freqüentemente esses termos incorretos em livros, revistas, jornais, programas de televisão e de rádio, apostilas, reuniões, palestras e aulas.
1. adolescente normalDesejando referir-se a um adolescente (uma criança ou um adulto) que não possua uma deficiência, muitas pessoas usam as expressões adolescente normal, criança normal e adulto normal. Isto acontecia muito no passado, quando a desinformação e o preconceito a respeito de pessoas com deficiência eram de tamanha magnitude que a sociedade acreditava na normalidade das pessoas sem deficiência. Esta crença fundamentava- se na idéia de que era anormal a pessoa que tivesse uma deficiência. A normalidade, em relação a pessoas, é um conceito questionável e ultrapassado. TERMO CORRETO: adolescente (criança, adulto) sem deficiência ou, ainda, adolescente (criança, adulto) não-deficiente.
2. aleijado; defeituoso; incapacitado; inválidoEstes termos eram utilizados com freqüência até a década de 80. A partir de 1981, por influência do Ano Internacional das Pessoas Deficientes, começa-se a escrever e falar pela primeira vez a expressão pessoa deficiente. O acréscimo da palavra pessoa, passando o vocábulo deficiente para a função de adjetivo, foi uma grande novidade na época. No início, houve reações de surpresa e espanto diante da palavra pessoa: ?Puxa, os deficientes são pessoas!?? Aos poucos, entrou em uso a expressão pessoa portadora de deficiência, freqüentemente reduzida para portadores de deficiência. Por volta da metade da década de 90, entrou em uso a expressão pessoas com deficiência, que permanece até os dias de hoje. Ver comentários ao item 47.
3.?apesar de deficiente, ele é um ótimo aluno?Na frase acima há um preconceito embutido: ?A pessoa com deficiência não pode ser um ótimo aluno?. FRASE CORRETA: ?ele tem deficiência e é um ótimo aluno?.
4.?aquela criança não é inteligente?Todas as pessoas são inteligentes, segundo a Teoria das Inteligências Múltiplas. Até o presente, foi comprovada a existência de oito tipos de inteligência (lógico-matemá tica, verbal-lingüística, interpessoal, intrapessoal, musical, naturalista, corporal-cinesté sica e visual-espacial) . FRASE CORRETA: ?aquela criança é menos desenvolvida na inteligência [por ex.] lógico-matemática?.
5. cadeira de rodas elétricaTrata-se de uma cadeira de rodas equipada com um motor. TERMO CORRETO: cadeira de rodas motorizada.
6. ceguinhoO diminutivo ceguinho denota que o cego não é tido como uma pessoa completa. A rigor, diferencia-se entre deficiência visual parcial (baixa visão ou visão subnormal) e cegueira (quando a deficiência visual é total). TERMOS CORRETOS: cego; pessoa cega; pessoa com deficiência visual; deficiente visual.
7. classe normalTERMOS CORRETOS: classe comum; classe regular. No futuro, quando todas as escolas se tornarem inclusivas, bastará o uso da palavra classe sem adjetivá-la. Ver os itens 25 e 51.
8. criança excepcionalTERMO CORRETO: criança com deficiência mental. Excepcionais foi o termo utilizado nas décadas de 50, 60 e 70 para designar pessoas deficientes mentais. Com o surgimento de estudos e práticas educacionais na área de altas habilidades ou talentos extraordinários nas décadas de 80 e 90, o termo excepcionais passou a referir-se a pessoas com inteligência lógica-matemática abaixo da média (pessoas com deficiência mental) e a pessoas com inteligências múltiplas acima da média (pessoas superdotadas ou com altas habilidades e gênios).
9. defeituoso físicoDefeituoso, aleijado e inválido são palavras muito antigas e eram utilizadas com freqüência até o final da década de 70. O termo deficiente, quando usado como substantivo (por ex., o deficiente físico), está caindo em desuso. TERMO CORRETO: pessoa com deficiência física.
10. deficiências físicas (como nome genérico englobando todos os tipos de deficiência)TERMO CORRETO: deficiências (como nome genérico, sem especificar o tipo, mas referindo-se a todos os tipos). Alguns profissionais não-pertencentes ao campo da reabilitação acreditam que as deficiências físicas são divididas em motoras, visuais, auditivas e mentais. Para eles, deficientes físicos são todas as pessoas que têm deficiência de qualquer tipo.
11. deficientes físicos (referindo-se a pessoas com qualquer tipo de deficiência)TERMO CORRETO: pessoas com deficiência (sem especificar o tipo de deficiência). Ver comentário do item 10.12. deficiência mental leve, moderada, severa, profundaTERMO CORRETO: deficiência mental (sem especificar nível de comprometimento) . A nova classificação da deficiência mental, baseada no conceito publicado em 1992 pela Associação Americana de Deficiência Mental, considera a deficiência mental não mais como um traço absoluto da pessoa que a tem e sim como um atributo que interage com o seu meio ambiente físico e humano, que por sua vez deve adaptar-se às necessidades especiais dessa pessoa, provendo-lhe o apoio intermitente, limitado, extensivo ou permanente de que ela necessita para funcionar em 10 áreas de habilidades adaptativas: comunicação, autocuidado, habilidades sociais, vida familiar, uso comunitário, autonomia, saúde e segurança, funcionalidade acadêmica, lazer e trabalho.
13. deficiente mental (referindo-se à pessoa com transtorno mental)TERMOS CORRETOS: pessoa com doença mental, pessoa com transtorno mental, paciente psiquiátrico.
14. doente mental (referindo-se à pessoa com déficit intelectual)TERMOS CORRETOS: pessoa com deficiência mental, pessoa deficiente mental. O termo deficiente, quando usado como substantivo (por ex.: o deficiente físico, o deficiente mental), tende a desaparecer, exceto em títulos de matérias jornalísticas.
15. ?ela é cega mas mora sozinha?Na frase acima há um preconceito embutido: ?Todo cego não é capaz de morar sozinho?. FRASE CORRETA: ?ela é cega e mora sozinha?.
16. ?ela é retardada mental mas é uma atleta excepcional?Na frase acima há um preconceito embutido: ?Toda pessoa com deficiência mental não tem capacidade para ser atleta?. FRASE CORRETA: ?ela tem deficiência mental e se destaca como atleta?.
17. ?ela é surda [ou cega] mas não é retardada mental?A frase acima contém um preconceito: ?Todo surdo ou cego tem retardo mental?. Retardada mental, retardamento mental e retardo mental são termos do passado. FRASE CORRETA: ?ela é surda [ou cega] e não tem deficiência mental?.
18. ?ela foi vítima de paralisia infantil?.A poliomielite já ocorreu nesta pessoa (por ex., ?ela teve pólio?). Enquanto a pessoa estiver viva, ela tem seqüela de poliomielite. A palavra vítima provoca sentimento de piedade. FRASE CORRETA: ?ela teve [flexão no passado] paralisia infantil? e/ou ?ela tem [flexão no presente] seqüela de paralisia infantil?.
19. ?ela teve paralisia cerebral? (referindo-se a uma pessoa no presente)A paralisa cerebral permanece com a pessoa por toda a vida. FRASE CORRETA: ela tem paralisia cerebral.20. ?ele atravessou a fronteira da normalidade quando sofreu um acidente de carro e ficou deficiente?A normalidade, em relação a pessoas, é um conceito questionável. A palavra sofrer coloca a pessoa em situação de vítima e, por isso, provoca sentimentos de piedade. FRASE CORRETA: ?ele teve um acidente de carro que o deixou com uma deficiência?.
21. ?ela foi vítima da pólio?A palavra vítima provoca sentimento de piedade. TERMOS CORRETOS: poliomielite; paralisia infantil e pólio. FC: ela teve pólio.
22. ?ele é surdo-cego?GRAFIA CORRETA: ?ele é surdocego?. Também podemos dizer ou escrever: ?ele tem surdocegueira? Ver o item 55.23. ?ele manca com bengala nas axilas?FRASE CORRETA: ?ele anda com muletas axilares?. No contexto coloquial, é correto o uso do termo muletante para se referir a uma pessoa que anda apoiada em muletas.24. ?ela sofre de paraplegia? [ou de paralisia cerebral ou de seqüela de poliomielite]A palavra sofrer coloca a pessoa em situação de vítima e, por isso, provoca sentimentos de piedade. FRASE CORRETA: ?ela tem paraplegia? [ou paralisia cerebral ou seqüela de poliomielite] .
25. escola normalNo futuro, quando todas as escolas se tornarem inclusivas, bastará o uso da palavra escola sem adjetivá-la. TERMOS CORRETOS: escola comum; escola regular. Ver o item 7 e 51.
26. ?esta família carrega a cruz de ter um filho deficiente?Nesta frase há um estigma embutido: ?Filho deficiente é um peso morto para a família?. FRASE CORRETA: ?esta família tem um filho com deficiência?.27. ?infelizmente, meu primeiro filho é deficiente; mas o segundo é normal?A normalidade, em relação a pessoas, é um conceito questionável, ultrapassado. E a palavra infelizmente reflete o que a mãe pensa da deficiência do primeiro filho: ?uma coisa ruim?. FRASE CORRETA: ?tenho dois filhos: o primeiro tem deficiência e o segundo não tem?.
28. intérprete do LIBRASTERMO CORRETO: intérprete da Libras (ou de Libras). Libras é sigla de Língua de Sinais Brasileira. ?Libras é um termo consagrado pela comunidade surda brasileira, e com o qual ela se identifica. Ele é consagrado pela tradição e é extremamente querido por ela. A manutenção deste termo indica nosso profundo respeito para com as tradições deste povo a quem desejamos ajudar e promover, tanto por razões humanitárias quanto de consciência social e cidadania. Entretanto, no índice lingüístico internacional os idiomas naturais de todos os povos do planeta recebem uma sigla de três letras como, por exemplo, ASL (American Sign Language). Então será necessário chegar a uma outra sigla. Tal preocupação ainda não parece ter chegado na esfera do Brasil?, segundo CAPOVILLA (comunicação pessoal).
29. inválido (referindo-se a uma pessoa)A palavra inválido significa sem valor. Assim eram consideradas as pessoas com deficiência desde a Antiguidade até o final da Segunda Guerra Mundial. TERMO CORRETO: pessoa com deficiência.
30. lepra; leproso; doente de lepraTERMOS CORRETOS: hanseníase; pessoa com hanseníase; doente de hanseníase. Prefira o termo a pessoa com hanseníase ao o hanseniano. A lei federal nº 9.010, de 29-3-95, proíbe a utilização do termo lepra e seus derivados, na linguagem empregada nos documentos oficiais. Alguns dos termos derivados e suas respectivas versões oficiais são: leprologia (hansenologia) , leprologista (hansenologista) , leprosário ou leprocômio (hospital de dermatologia) , lepra lepromatosa (hanseníase virchoviana) , lepra tuberculóide (hanseníase tuberculóide) , lepra dimorfa (hanseníase dimorfa), lepromina (antígeno de Mitsuda), lepra indeterminada (hanseníase indeterminada) . A palavra hanseníase deve ser pronunciada com o h mudo [como em haras, haste, harpa]. Mas, pronuncia-se o nome Hansen (do médico e botânico norueguês Armauer Gerhard Hansen) com o h aspirado.31. LIBRAS ? Linguagem Brasileira de SinaisGRAFIA CORRETA: Libras. TERMO CORRETO: Língua Brasileira de Sinais. Trata-se de uma língua e não de uma linguagem. segundo CAPOVILLA [comunicação pessoal], ?Língua de Sinais Brasileira é preferível a Língua Brasileira de Sinais por uma série imensa de razões. Uma das mais importantes é que Língua de Sinais é uma unidade, que se refere a uma modalidade lingüística quiroarticulató ria-visual e não oroarticulató ria-auditiva. Assim, há Língua de Sinais Brasileira. porque é a língua de sinais desenvolvida e empregada pela comunidade surda brasileira. Não existe uma Língua Brasileira, de sinais ou falada?.
32. língua dos sinaisTERMO CORRETO: língua de sinais. Trata-se de uma língua viva e, por isso, novos sinais sempre surgirão. A quantidade total de sinais não pode ser definitiva.33. linguagem de sinaisTERMO CORRETO: língua de sinais. A comunicação sinalizada dos e com os surdos constitui um língua e não uma linguagem. Já a comunicação por gestos, envolvendo ou não pessoas surdas, constitui uma linguagem gestual. Uma outra aplicação do conceito de linguagem se refere ao que as posturas e atitudes humanas comunicam não-verbalmente, conhecido como a linguagem corporal.
34. Louis BraileGRAFIA CORRETA: Louis Braille. O criador do sistema de escrita e impressão para cegos foi o educador francês Louis Braille (1809-1852), que era cego.35. mongolóide; mongolTERMOS CORRETOS: pessoa com síndrome de Down, criança com Down, uma criança Down. As palavras mongol e mongolóide refletem o preconceito racial da comunidade científica do século 19. Em 1959, os franceses descobriram que a síndrome de Down era um acidente genético. O termo Down vem de John Langdon Down, nome do médico inglês que identificou a síndrome em 1866. ?A síndrome de Down é uma das anomalias cromossômicas mais freqüentes encontradas e, apesar disso, continua envolvida em idéias errôneas? Um dos momentos mais importantes no processo de adaptação da família que tem uma criança com síndrome de Down é aquele em que o diagnóstico é comunicado aos pais, pois esse momento pode ter grande influência em sua reação posterior.? (MUSTACCHI, 2000, p. 880).36. mudinhoQuando se refere ao surdo, a palavra mudo não corresponde à realidade dessa pessoa. O diminutivo mudinho denota que o surdo não é tido como uma pessoa completa. TERMOS CORRETOS: surdo; pessoa surda; deficiente auditivo; pessoa com deficiência auditiva. Ver o item 56.
37. necessidades educativas especiaisTERMO CORRETO: necessidades educacionais especiais. A palavra educativo significa algo que educa. Ora, necessidades não educam; elas são educacionais, ou seja, concernentes à educação (SASSAKI, 1999). O termo necessidades educacionais especiais foi adotado pelo Conselho Nacional de Educação (Resolução nº 2, de 11-9-01, com base no Parecer nº 17/2001, homologado em 15-8-01).
38. o epiléticoTERMOS CORRETOS: a pessoa com epilepsia, a pessoa que tem epilepsia. Evite fazer a pessoa inteira parecer deficiente.
39. o incapacitadoTERMO CORRETO: a pessoa com deficiência. A palavra incapacitado é muito antiga e era utilizada com freqüência até a década de 80.
40. o paralisado cerebralTERMO CORRETO: a pessoa com paralisia cerebral. Prefira sempre destacar a pessoa em vez de fazer a pessoa inteira parecer deficiente.
41. ?paralisia cerebral é uma doença?FRASE CORRETA: ?paralisia cerebral é uma condição?. Muitas pessoas confundem doença com deficiência.
42. pessoa normalTERMOS CORRETOS: pessoa sem deficiência; pessoa não-deficiente. A normalidade, em relação a pessoas, é um conceito questionável e ultrapassado.43. pessoa presa (confinada, condenada) a uma cadeira de rodasTERMOS CORRETOS: pessoa em cadeira de rodas; pessoa que anda em cadeira de rodas; pessoa que usa uma cadeira de rodas. Os termos presa, confinada e condenada provocam sentimentos de piedade. No contexto coloquial, é correto o uso dos termos cadeirante e chumbado.44. pessoas ditas deficientesTERMO CORRETO: pessoas com deficiência. A palavra ditas, neste caso, funciona como eufemismo para negar ou suavizar a deficiência, o que é preconceituoso.
45. pessoas ditas normaisTERMOS CORRETOS: pessoas sem deficiência; pessoas não-deficientes. Neste caso, o termo ditas é utilizado para contestar a normalidade das pessoas, o que se torna redundante nos dias de hoje.46. pessoa surda-mudaGRAFIA CORRETA: pessoa surda ou, dependendo do caso, pessoa com deficiência auditiva. Quando se refere ao surdo, a palavra mudo não corresponde à realidade dessa pessoa. A rigor, diferencia-se entre deficiência auditiva parcial (quando há resíduo auditivo) e surdez (quando a deficiência auditiva é total). Ver item 57.47. portador de deficiênciaTERMO CORRETO: pessoa com deficiência. No Brasil, tornou-se bastante popular, acentuadamente entre 1986 e 1996, o uso do termo portador de deficiência (e suas flexões no feminino e no plural). Pessoas com deficiência vêm ponderando que elas não portam deficiência; que a deficiência que elas têm não é como coisas que às vezes portamos e às vezes não portamos (por exemplo, um documento de identidade, um guarda-chuva) . O termo preferido passou a ser pessoa com deficiência. Ver comentários aos itens 2 e 48.
48. PPD?sGRAFIA CORRETA: PPDs. Não se usa apóstrofo para designar o plural de siglas. A mesma regra vale para siglas como ONGs (e não ONG?s). No Brasil, tornou-se bastante popular, acentuadamente entre 1986 e 1996, o uso do termo pessoas portadoras de deficiência. Hoje, o termo preferido passou a ser pessoas com deficiência, motivando o desuso da sigla PPDs. Ver o item 47.49. quadriplegia; quadriparesiaTERMOS CORRETOS: tetraplegia; tetraparesia. No Brasil, o elemento morfológico tetra tornou-se mais utilizado que o quadri. Ao se referir à pessoa, prefira o termo pessoa com tetraplegia (ou tetraparesia) no lugar de o tetraplégico ou o tetraparético.50. retardo mental, retardamento mentalTERMO CORRETO: deficiência mental. São pejorativos os termos retardado mental, pessoa com retardo mental, portador de retardamento mental etc. Ver comentários ao item 12.51. sala de aula normalTERMO CORRETO: sala de aula comum. Quando todas as escolas forem inclusivas, bastará o termo sala de aula sem adjetivá-lo. Ver os itens 7 e 25.
52. sistema inventado por BraileGRAFIA CORRETA: sistema inventado por Braille. O nome Braille (de Louis Braille, inventor do sistema de escrita e impressão para cegos) se escreve com dois l (éles). Braille nasceu em 1809 e morreu aos 43 anos de idade.
53. sistema BrailleGRAFIA CORRRETA: sistema braile. Conforme MARTINS (1990), grafa-se Braille somente quando se referir ao educador Louis Braille. Por ex.: ?A casa onde Braille passou a infância (?)?. Nos demais casos, devemos grafar: [a] braile (máquina braile, relógio braile, dispositivo eletrônico braile, sistema braile, biblioteca braile etc.) ou [b] em braile (escrita em braile, cardápio em braile, placa metálica em braile, livro em braile, jornal em braile, texto em braile etc.). Ver o item 58.54. ?sofreu um acidente e ficou incapacitado?FRASE CORRETA: ?teve um acidente e ficou deficiente?. A palavra sofrer coloca a pessoa em situação de vítima e, por isso, provoca sentimentos de piedade.55. surdez-cegueiraGRAFIA CORRETA: surdocegueira. É um dos tipos de deficiência múltipla. Ver o item 22.
56. surdinhoTERMOS CORRETOS: surdo; pessoa surda; pessoa com deficiência auditiva. O diminutivo surdinho denota que o surdo não é tido como uma pessoa completa. Os próprios cegos gostam de ser chamados cegos e os surdos de surdos, embora eles não descartem os termos pessoas cegas e pessoas surdas. Ver o item 36.
57. surdo-mudoGRAFIAS CORRETAS: surdo; pessoa surda; pessoa com deficiência auditiva. Quando se refere ao surdo, a palavra mudo não corresponde à realidade dessa pessoa. A rigor, diferencia-se entre deficiência auditiva parcial (quando há resíduo auditivo) e surdez (quando a deficiência auditiva é total). Evite usar a expressão o deficiente auditivo. Ver o item 46.
58. texto (ou escrita, livro, jornal, cardápio, placa metálica) em BrailleTERMOS CORRETOS: texto em braile; escrita em braile; livro em braile; jornal em braile; cardápio em braile; placa metálica em braile. Ver comentários ao item 53.59. visão sub-normalGRAFIA CORRETA: visão subnormal. TERMO CORRETO: baixa visão. É preferível baixa visão a visão subnormal. A rigor, diferencia-se entre deficiência visual parcial (baixa visão) e cegueira (quando a deficiência visual é total).?
"O conhecimento é como um jardim: se não for cultivado, não pode ser colhido." (Provérbio Africano)"

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

A paz do Senhor Jesus Cristo!










"A paz do Senhor Jesus Cristo!
Aqui começa um pequeno relato da minha história. Meu nome é Antônio Marcos Novais. Nasci em 13 de junho de 1972 na cidade de São João do Ivaí. Hoje sou pastor , tenho 35 anos, mas, considero como se estivesse com 15 anos. Quero dizer que nasci com paralisia cerebral e, por decorrência deste problema, fiquei totalmente paralítico, e toda a medicina informava para meus pais que eu iria ficar aleijado e sem poder falar. Só para os irmãos terem uma noção da minha vida - pois até aos 15 anos de idade eu tinha a língua enrolada, os braços e as mãos sem governabilidades, e minha perna esquerda era maior do que a direita mais ou menos 05 (cinco) centímetros – e, vou muito mais além, o meu cérebro não funcionava até aos 12 anos de idade, pois era como o de uma criança de uma semana ou de um mês. Toda a medicina apostava que eu não iria andar - muito menos falar - e, nem ter uma vida normal como as das outras crianças. Meus pais, que não eram evangélicos - para piorar minha situação – não acreditavam em um milagre de Deus para minha vida. Um dia quando o meu avô – que não era cristão e não sabia o que era milagre - chegou em casa e me viu arrastando com a barriga pelo chão, começou a chorar e disse para minha mãe: “hoje, vou à cidade e vou mandar fazer uma cadeira de rodas e um par de muletas para o meu neto”! Neste momento, quando todos começaram a chorar, foi que minha avó Lázara - cega de nascença dos dois olhos e hoje, já dorme no Senhor - que conhecia a Jesus Cristo, foi para o seu quarto e começou a orar por mim e - segundo relato de minha mãe - a única oração a qual ela fazia era: “ Jesus! Cura o meu neto! Jesus! Quero ouvir meu neto falar!” e, depois de alguns meses, comecei a andar e a segurar nas cadeiras, começando a ficar de pé. Tudo isso, graças ao meu bom Deus, que merece toda a honra e toda a glória!
Quando eu tinha de 15 para 16 anos de idade, minha mãe resolveu me matricular em uma escola pública. Neste período, ela começou a sofrer pressão da sociedade local para que eu não fosse matriculado (queriam fazer um abaixo-assinado e até processar minha mãe), pois, segundo eles argumentavam, como uma criança toda anormal, que tinha pescoço e braços moles, sem nenhum raciocínio, iria freqüentar uma escola junto com seus filhos “normais”? Mas, mesmo assim, ela me colocou na escola, e juntamente comigo, também foram meus quatro irmãos para começarmos numa mesma classe. Na verdade, até aquele presente momento, eu não tinha noção de nada e nem sabia que estava existindo. Colocaram-me numa sala de aula com, mais ou menos, 45 alunos e, antes do término da aula, vi quando uma grande luz chegou até a mim e me envolveu e, de dentro daquela luz saiu uma voz que dizia: “ filho meu, estou hoje fazendo de ti um grande homem. Estou te dando memória. Estou te dando equilíbrio e, estou te trazendo da inexistência para a existência” - aquela voz era nada mais, nada menos, do que a voz do meu Deus - e me disse novamente: “ abre os teus olhos e olhe para a frente” e, - quando olhei - vi somente uma mulher virada para o quadro negro e escrevendo sobre ele, e naquela hora, quando olhei para o quadro - tudo o que ali estava escrito - eu já sabia ler e escrever, e isto tudo, naquela primeira manhã. Não querendo prolongar esse texto, mas, depois de dez anos, estava entrando em uma Universidade, depois de disputar uma vaga com mais de 4000 candidatos e Deus me deu a bênção de passar em nono lugar!
Hoje, pela glória de Deus, sou Técnico em Contabilidade e Técnico em Informática, e tudo o que sou, devo a misericórdia do meu Deus! e estou cursando o curso de Direito
Sou, também, Evangelista e Missionário da Igreja Evangélica Assembléia de Deus - Ministério Missões - da Cidade de Arapongas, no Paraná, e estamos pregando e louvando e testemunhando em todo o Brasil, dessas mui ricas bênçãos que o grande Deus tem feito em nosso viver! A medicina se assustou em me ver andando e falando, pois, segundo eles, o meu caso é o numero 1 em todo o mundo!
Hoje sou casado, com Renata Aparecida Novais e tenho dois lindos filhos - João Marcos Novais de 8 anos e, Paulo Nathan Novais de 5 anos . Ninguém imaginava que, um dia, alguma moça se interessaria por mim, devido às minhas condições físicas. Várias psicólogas me orientavam a não casar, porque - segundo elas – caso eu viesse a ter filhos, todos poderiam nascer com o mesmo problema de paralisia cerebral com o que eu nasci. Mas, o meu Deus, fez tudo ao contrário do prognóstico dado por elas, pois, deu-me uma linda mulher, e os meus dois filhos nasceram todos perfeitos, para a honra e a glória do nome Jesus! Hoje, vivo viajando pelo Brasil e o mundo, pregando e louvando ao meu Deus para fortalecimento da fé de muitos!"

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

TRATAMENTO GRATUITO PARA PORTADORES DE PARALISIA CEREBRAL...









TRATAMENTO GRATUITO PARA PORTADORES DE PARALISIA CEREBRAL, DEFICIENTES FÍSICOS E MOTORES


"Eu mesmo não sabia que existia por ser pouco divulgado pela mídia, então resolvi fazer a minha parte e passar a informação adiante, pois creio ser útil para muitas pessoas que procuram tratamento e não tem condições de arcar com as despesas do mesmo.
Situado no coração do bairro do Andaraí, no Rio de Janeiro, encontra-se o IBRM - Instituto Brasileiro de Reeducação Motora que através de sua sociação beneficiente promove a assitência na captação profissional, reinserção familiar, comunitária e social, visando a recuperação física , educacional, profissional, psicológica, familiar e social de pessoas portadoras de paralisia cerebral e outras deficiências físicas e motoras congênitas ou adquiridas.
O IBRM foi fundado em 1955 e até hoje realiza atividades nas áreas de beneficiência e assistência social, com destaque para a saúde em atividades de estimulação precose, terapia intensiva, fonoaudiologia, psicologia, fisioterapia, psicopedagogia, musicoterapia, saude auditiva.
A prioridade do Instituto é atender pessoas com paralisia cerebral, tendo em seu publico de bebês recém nascidos até pessoas da 3ª idade , tendo também um importante trabalho no tratamento de bebês de alto risco através do PROJETO DE PREVENÇÃO , DIAGNÓSTICO E ESTIMULAÇÃO PRECOSE DA PARALISIA CEREBRAL .
Toda a metodologia dos tratamentos oferecidos pelo instituto foram desenvolvidos pelo Dr. Juércio Samarão Brandão fundador do mesmo.
Há a disposição no IBRM um moderno Serviço de avaliação Auditiva , que através de aparelhos avançados e excelente infra-estrutura permite avaliar desde bebês recém nascidos até idosos.
No IBRM presta-se serviços assistenciais gratuitos de reabilitação e reeducação motora aos carentes de recursos, executando também programas visando a reabilitação dos portadores de paralisia cerebral e outras deficiências físicas em todos os campos de atividade do conhecimento humano , sem discriminação quanto a orientação sexual, etnia, gênero, deficiência ou religiosa.
Em meio de tão deficitário atendimento na saúde pública, é realmente louvável a existência de instituições como esta que ajudam a população carente!! Parabéns IBRM por você existir!!!"

domingo, 31 de outubro de 2010

Um Sonho muito Especial














"Um Sonho muito Especial..."

"Em pleno século XXI a deficiência ainda é um problema social difícil de encarar.
A Sociedade ainda olha para o deficiente como uma pessoa sem capacidade para participar na vida social.

No nosso país, hoje em dia, quantos de nós, pais de crianças especiais, já sentimos aquele olhar de repulsa pelo filho que levamos connosco? Como se a deficiência fosse contagiosa...ainda pensam alguns!!..

Há pouco mais de 50 anos, na Alemanha os deficientes foram as primeiras vítimas de uma política de apuramento de raça.
Em França, a linguagem gestual para surdos foi proibida oficialmente até 1975 por ser considerada obscena.
Em países do Leste da Europa e da Ásia, ter um filho deficiente continua a ser uma vergonha social, acabando os mesmos encarcerados em sanatórios.

A Sociedade ainda não está preparada para estas crianças. É uma sociedade apática, que adormece sobre estes problemas. E o problema da Tutela é precisamente esse – dorme de consciência tranquila.

Felizmente as famílias vão alertando as consciências adormecidas. Por vezes a revolta instala-se e os desabafos surgem de forma espontânea:

- O meu filho precisa de umas talas.
- O meu filho precisa de uma cadeira de rodas...
- Não tenho dinheiro para os medicamentos.
- Estou á espera de um colete para a minha filha... já lá vão 8 meses...

Mas afinal onde está o respeito pelas crianças especiais? Como é possível descurar a saúde desta crianças para não falar em sentimentos, pois afinal estas crianças têm muito de comum com as crianças normais, apenas com uma pequena diferença, precisam de cuidados especiais.

Mas os desabafos continuam:
- O meu bebé é diferente... quem me ajuda...
- Não sei tratar do meu filho...
- Quem vai tomar conta da minha filha, é que já tenho 72 anos

Ás vezes pergunto-me onde estão os técnicos... a tal palavra amiga que tanta falta faz para nos confortar...Um dia alguém me disse: tenho tanta pena de ser assim...

A sociedade em que vivemos é feita à medida de quem ouve, vê e anda ou melhor é feita para quem não tem estes problemas.
As famílias continuam a lidar com o desconforto, a insegurança e a preocupação de quem quer mais e melhor para os seus filhos e não consegue...quem vive com estas dificuldades tem que mover mundos e fundos para as tentar resolver.

- Não consigo esquecer-me do olhar triste de uma mãe que pede ajuda para uma lente dos óculos do seu filho que se tinham estragado...a lente custava cinquenta euros...
Não é justo!

Cada vez mais as famílias têm que ter um papel mais activo, para que a sociedade se habitue às crianças diferentes. A deficiência é uma questão de direitos humanos, em que a Sociedade deveria dar o exemplo e educar para aceitar a deficiência uma vez que o problema da integração social da deficiência tem sido esquecido.

Existe também um problema crónico grave no sistema Educativo/Pedagógico, a escola está em crise, sem preparação para enfrentar estes desafios.
É urgente que os professores debatam estes desafios sem medo e sem preconceitos.
A Declaração de Salamanca diz que “todos os alunos devem aprender juntos”, mas a escola inclusiva até agora não tem passado de uma utopia.
A educação das crianças especiais está comprometida. Se ao nível pedagógico a situação é alarmante, ao nível terapêutico não será melhor.

Felizmente algumas mentalidades têm vindo a alterar-se ao longo dos últimos anos e entramos no séc. XXI com um sentimento de optimismo pelos desenvolvimentos alcançados, existindo já em Portugal alguns centros de reabilitação que apoiam as crianças especiais.

Em Portugal existem 1 milhão de pessoas com deficiência, o distrito de Leiria é um dos distritos em que a deficiência atinge maior incidência, ocupando o 4º lugar a nível nacional com mais deficientes.

O distrito de Leiria tendo 12 % de população com deficiência, (física, mental e sensorial) constitui uma minoria impossível de ignorar, já possui um centro de reabilitação em regime ambulatório.
As nossas crianças especiais com paralisia cerebral, situações neurológicas afins e outras, bem como as suas famílias já podem ser atendidas em Leira, evitando frequentes deslocações a Coimbra, bem como os custos sociais e financeiros inerentes.

Em 2000 um grupo de pais reuniu-se e formou a Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral de Leiria, com o objectivo de colmatar a inexistência de meios de apoio e reabilitação no distrito, ao nível da Prevenção, (Re) Habilitação, Participação, Inclusão Social e Apoio à Família, e deste modo permitir a descentralização e localização de respostas adequadas às necessidades específicas das Crianças Especiais.

Este projecto pela qualidade de vida das crianças especiais, foi pensado, vivido e desenvolvido por pais que vivem o mundo das crianças especiais, que é um mundo diferente, um mundo de necessidades que nos exigem o máximo, 24 sobre 24 horas, mas que nós, pais, com todo o amor que lhes temos, não desistiremos nunca, seja com uma palavra ou um sorriso porque, elas merecem todo o amor que lhes pudermos dar.

Vários contactos têm sido feitos com entidades oficiais, particulares e empresas, para se aliarem a este projecto de esperança e solidariedade e se tornarem nossos parceiros, para juntos conseguirmos tornar o sonho uma realidade.
Todo o trabalho desenvolvido é fruto de grande esforço dos pais, familiares e amigos que têm sido incansáveis.

As Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) representam 70% da acção social em Portugal e a Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral de Leiria é uma delas. Também são de louvar todas as outras Instituições que existem no nosso Distrito e que trabalham em prol das crianças especiais, com objectivo de melhorar a qualidade de vida das mesmas. Pelo trabalho exemplar que desenvolvem é importante que todas elas tenham o apoio correspondente da parte do Governo.

Cada vez mais as Instituições têm que reclamar uma maior intervenção a nível Distrital. A Tutela tem a obrigação de ter um papel mais activo, ajudando as Instituições a desenvolver a sua missão com sucesso.

É urgente que o futuro destas crianças possa ser assegurado. É um direito que lhes assiste e a diferença merece todas as oportunidades.

Se Deus conseguir inspirar os mecenas, as nossas crianças especiais serão mais felizes e as suas famílias ficar-lhes-ão gratas, pelo amor que todos temos aos nossos filhos e acima de tudo pela necessidade de melhorar a sua qualidade de vida e esperança de uma oportunidade para ocupar um lugar na nossa sociedade.

Aquilo que todos temos em comum é importarmo-nos com os outros, em particular com as crianças especiais, que com todas as suas dificuldades e todas as suas pequenas vitórias, são pessoas por quem devemos marcar a diferença.
Leiria conseguiu marcar essa diferença com a criação do Centro de Reabilitação da Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral de Leiria (APPC-Leiria), que desde Janeiro de 2004 apoia as Crianças Especiais do distrito.

Todas as crianças são especiais, mas algumas precisam de um apoio, de um olhar, de um carinho...mais especial ainda


Ajudem-nos hoje para vos pudermos ajudar amanhã....




A Pessoa com Paralisia Cerebral pode ter inteligência normal ou até acima do normal...

A Paralisia Cerebral define-se como um conjunto amplo de situações caracterizadas por:

•Serem permanentes mas não inalteráveis;
•Envolverem uma alteração do movimento, da postura e da função motora;
•Serem devidas a interferência/lesão/anomalia não progressiva do desenvolvimento do cérebro imaturo.
A Paralisia Cerebral pode ser classificada de acordo com a natureza da perturbação do movimento que predomina, e pode ser:

Espástica
Caracterizada por: um padrão anormal do movimento e/ou da postura; um aumento de tónus; e reflexos patológicos (hiper reflexia ou sinais piramidais). Pode haver um lado do corpo afectado (unilateral) ou os dois lados (bilateral).

Disquinética
Caracterizada por: um padrão anormal do movimento e/ou da postura; movimentos involuntários, descontrolados, recorrentes, esteriotipados das partes do corpo afectadas. Esta pode ser: distónica, que é caracterizada por hipocinésia e hipertonia; ou coreo-atetosica, que é caracterizada por hipercinésia e hipotonia.

Ataxia
Caracterizada por: um padrão anormal do movimento e/ou da postura; perda ou alteração da coordenação muscular que se traduz em alterações na força, no ritmo e na precisão dos movimentos.


A Pessoa com Paralisia Cerebral pode ter inteligência normal ou até acima do normal, mas também pode ter atraso intelectual, não só devido às lesões cerebrais, mas também pela falta de experiência resultante das suas deficiências.

Podem aparecer formas mistas com diferentes sintomas, o que torna difícil a avaliação.

Além da perturbação motora há também, por vezes, défices sensoriais, deficiência de visão e audição, dificuldades perceptivas, deficiência na fala e epilepsia, o que torna o quadro mais complexo.


Acudam ao Drama dos Deficientes".

Sendo eu pai de uma criança deficiente, que vive 24 sobre 24 horas o drama de ter uma criança com necessidades especiais, gostava de fazer um apelo aos meus concidadãos:

Aos pais de outras crianças especiais, para que não se isolem do resto da sociedade. É nossa obrigação participar activamente na educação dos nossos filhos, contribuir para que a sociedade aceite sem preconceitos a deficiência, é ainda nosso dever intervir de forma construtiva no processo educacional dos nosso filhos, junto das escolas, instituições e outras entidades que prestam serviços nesta área.

Quantos de nós, já corremos meio mundo, participando em Congressos sobre a deficiência, cheios de esperança que algum dia surja uma cura para a doença do nosso filho, ou apenas na esperança de ali aprendermos mais uma técnica que nos permita melhorar a qualidade de vida do nosso filho, ou ainda encontrar-mos outros pais que partilhem a sua experiência connosco. No entanto, em quantos mais congressos participo, mais fico com a sensação de que o resultado final é meramente virtual. Porque cada vez mais, nesses congressos, se dá a palavra a técnicos, cientistas, investigadores etc., e cada vez menos se houve os pais, cuja experiência neste processo não poderia nunca ser esquecida.

Foi o caso do Congresso Internacional realizado em Outubro 2002 no Coliseu dos Recreios em Lisboa, dedicado às crianças com deficiência, com 4 dias de discursos, mensagens, de desfiles de personalidades...etc., que no final se traduziram numa grande desilusão uma vez que em termos práticos não contribuíram para:

•Aumentar o número de horas do ensino especial a que as crianças deficientes têm direito;
•Melhorar as condições e motivar os técnicos;
•Abrir novas escolas de ensino especial;
•Abrir novos centros de reabilitação;
•Melhorar a inclusão destas crianças no ensino oficial e na sociedade.

Eu vivo em Leiria, capital do Distrito, onde existe uma população com 12% de deficiência (censos 2001).

Apelo a todos os que vivem neste Distrito, sejam pais, familiares, instituições privadas ou públicas, representantes do poder local e central para que juntem esforços no sentido de se conseguir abrir um Centro de Reabilitação para Crianças Deficientes em Leiria.

Que melhor modo de comemorar-mos o ANO EUROPEU DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA em Leiria, do que contribuir para a realização deste sonho: abrir um Centro de Reabilitação, uma obra que fica para o futuro.

Ser pai de uma criança especial, é viver numa “guerra” permanente, para vencer as incapacidades dos nossos filhos, é estar sempre com ele, em muitos casos para o resto da vida, porque ele depende totalmente de nós.

Nos tempos conturbados em que vivemos, vejo tanta gente a dispender energias em discursos na TV, em manifestações na rua, em artigos nos jornais, em prol de realidades longínquas, com o nobre ideal de melhorar o mundo.

Deixem-me que desabafe, a melhor forma de melhorar-mos o mundo é começar pelo nosso país, pela nossa cidade, pela nossa casa.

Ajudem-nos com a vossa solidariedade a abrir o centro de reabilitação em Leiria que irá suprir as necessidades de centenas de crianças do Distrito, que têm que recorrer a Coimbra ou Lisboa semanalmente.
Ajudem-nos a vencer esta “guerra” que também é de todos nós (existe um milhão de pessoas deficientes em Portugal, censos 2001), para a paz das consciências adormecidas.

P.S. A minha Filha, apesar de não andar e não falar, é a minha alegria e a minha força de viver e seria uma pena que do ANO EUROPEU DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA, nada de concreto e útil resultasse, para melhorar a qualidade de vida das crianças com deficiência


Formação

Uma das grandes apostas da Direcção da Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral de Leiria (APPC-Leiria) passa pela Formação, informação e divulgação das actividades desenvolvidas.
O papel da Equipa Técnica tem sido importantíssimo para a sua concretização. Todos os funcionários deste Centro, sem excepções, têm dado o seu melhor contributo no desenvolvimento das acções de formação, realização de vídeos e elaboração de folhetos, que vão sendo desenvolvidos ao longo do ano e para os quais são pedidos diversos apoio ao abrigo da Lei do Mecenato. "

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Introdoção...















Introdução

"A educação inclusiva é uma proposta da aplicação, no campo da educação, de um movimento mundial mais amplo, denominado “Inclusão Social”, que busca a construção de um processo bidirecional no qual as pessoas excluídas e a sociedade buscam, em parceria, efetivar a equiparação de oportunidades para todos. (CAPELLINI; RODRIGUES 2009)

Esta é uma proposta de resistência contra a exclusão social que, historicamente, vem afetando grupos minoritários e que é caracterizada por movimentos sociais que visam à conquista do exercício do direito de acesso a recursos e serviços da sociedade. Neste sentido, entende-se que, numa perspectiva filosófica, a inclusão é um imperativo moral e um princípio de valor inquestionável (MENDES, 2003).

Para melhor entender as necessidades apresentadas pela maior parte dos alunos portadores de necessidades especiais é necessário que o professor entenda sobre estas patologias, para poder melhor atender e identificar o nível e quais as necessidades apresentadas pelo aluno e de que maneira deve ser conduzido o trabalho para integrar o aluno com necessidade especial, tanto ao conteúdo desenvolvido em sala de aula quanto ao que se refere à integração desse portador com os outros alunos da classe.

Conhecendo o Autismo

Segundo Elias; Assumpção (2000) o autismo está classificado na subcategoria dos transtornos invasivos do desenvolvimento e inclui prejuízos na interação social, na comunicação, padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses, atividades e início antes dos 3 anos de idade

Para Tolipan (2000) pode-se encontrar "estados ou formas autistas" associados a outras patologias, tais como a epilepsia, paralisias cerebrais e síndromes genéticas, dentre outras. Isto torna o diagnóstico difícil e é muito freqüente o autismo passar desapercebido e ser confundido com outros quadros patológicos. Como em qualquer patologia, os casos mais graves são mais facilmente identificáveis.

As manifestações clínicas variam amplamente em termos de níveis de gravidade, algumas crianças, conhecidas como “autistas de alto funcionamento”, podem chegar a se desenvolver de maneira parcial e relativamente independente e apresentar nível intelectual dentro da normalidade, o que lhes permitem condições de manifestarem-se em relação às suas percepções de qualidade de vida (ELIAS; ASSUMPÇÃO, 2006)

Algumas não suportam o contato físico, carinhos, abraços, até mesmo por parte de sua mãe, pai ou irmãos. Outras, ao contrário, procuram o contato físico, mas este é indiscriminado e exagerado, podendo se dar inclusive com estranhos na rua. Este sintoma, em geral, é associado à síndrome de Rett, que é uma variação do autismo, pois estes gestos não refletem relação (TOLIPAN 2000)

Segundo Tolipan (2000) o saber médico sempre considerou, por definição, o autismo como uma disfunção de longa duração, no qual seus portadores podem apresentar determinadas melhorias, mas nunca superar o autismo.

A questão da Deficiência Auditiva

A história da educação do surdo é marcada por correntes filosóficas distintas, que devem ser bem compreendidas em seu momento histórico de forma a contribuírem para a construção de uma proposta bilíngüe. A partir dessas contribuições, pode-se chegar a um consenso acerca da importância de uma proposta educacional que permita às crianças surdas a aquisição/aprendizado de duas línguas: a língua brasileira de sinais (LIBRAS) e a língua portuguesa, em suas modalidades oral e escrita (LIMA, 2006).

Várias pesquisas já comprovaram que crianças surdas procuram criar e desenvolver alguma forma de linguagem, mesmo não sendo expostas a nenhuma língua de sinais. Essas crianças desenvolvem espontaneamente um sistema de gesticulação manual que tem semelhança com outros sistemas desenvolvidos por outros surdos que nunca tiveram contato entre si e com as línguas de sinais já conhecidas (LIMA, 2006).

A surdez consiste na perda maior ou menor da percepção normal dos sons. Verifica-se a existência de vários tipos de pessoas com surdez, de acordo com os diferentes graus de perda da audição. Sob o aspecto da interferência na aquisição da linguagem e da fala, o déficit auditivo pode ser definido como perda média em decibéis, na zona conversacional (freqüência de 500– 1000 – 2000 hertz) para o melhor ouvido (LIMA, 2006).

A inclusão de uma criança com surdez em uma escola objetiva sua socialização. Objetiva-se que ela seja reconhecida e aceita por todos do ambiente escolar como uma criança do grupo, embora precise de um tipo de relacionamento específico, devido à sua forma de comunicação. Deverá haver possibilidades de adaptações nas atividades que envolvam a audição e a fala, procurando sempre, na medida do possível, que a criança não se sinta diferente das demais, e que os outros não a rotulem como tal.

Sobre a Paralisia cerebral

“A paralisia cerebral é definida como uma desordem do movimento e da postura devido a um defeito ou lesão do cérebro imaturo” (...). A lesão cerebral não é progressiva e provoca debilitação variável na coordenação da ação muscular, com resultante incapacidade da criança em manter posturas e realizar movimentos normais. Esta deficiência motora central está freqüentemente associada a problemas de fala, visão e audição, com vários tipos de distúrbios da percepção, um certo grau de retardo mental e/ou epilepsia”. (BOBATH, 1984, p.1)

Ao contrário do que o termo sugere, “paralisia cerebral” não significa que o cérebro ficou paralisado. O que acontece é que ele não comanda corretamente os movimentos do corpo. Não manda ordens adequadas para os músculos, em conseqüência da lesão sofrida (GODÓI 2006). Na criança com paralisia cerebral deve-se perceber como dificuldades típicas as seguintes características: alterações no desempenho motor ao andar, ao usar as mãos para comer, ao escrever, ao se equilibrar, ao falar, ao olhar ou qualquer outra atividade que exija controle do corpo e coordenação motora adequada, assim como comprometimentos das funções neurovegetativas (sucção, mastigação e deglutição). (GODÓI 2006)

Além das dificuldades motoras, essas crianças podem apresentar deficiências sensoriais e intelectuais, ou seja, dificuldades para ver, ouvir, assim como para perceber as formas e texturas dos objetos com as mãos. Pode ainda estar afetada a noção de distância, direita e esquerda e de espaço (GODÓI 2006). Daí a dificuldade do desenvolvimento da criança já que acredita-se que a criança se desenvolve através do brincar. Por isso a importância segundo Godói 2006 devemos então propiciar os momentos do brincar tornando-o facilitador para essas crianças, interagindo com elas como sendo parte ou extensão do seu próprio corpo. É o fazer com ela e não o fazer por ela.

Sobre a deficiência Visual

As crianças com deficiência visual não são muito diferentes das outras crianças pois possuem como todas as crianças necessidade física, afetiva, intelectual social e cultural. Elas gostam também de brincar, passear, conhecer lugares novos e conviver com outras pessoas. Porem segundo Monte e Santos (2004) em decorrência a da deficiência sensorial apresentam necessidades especificas, caminhos e formas peculiares de aprender e assimilar o real, necessitam de mais tempo para assimilar e organizar suas experiências, aprender e construir conhecimentos.

A criança antes de tomar consciência de si, necessita do outro. É na relação e interação com as pessoas de sua família, com educadores, meninos e meninas na escola e com o mundo que a cerca que ela desenvolve suas possibilidades e se estrutura como pessoa. A Interação social depende de como ela é recebida, acolhida, observada, ouvida e compreendida em suas necessidades. Essa forma de relação influência o desenvolvimento psicoafetivo e determina a maneira como a criança vai interagir com as pessoas, objetos e o meio que vive (MONTE e SANTOS, 2004).

As crianças com deficiência visual necessitam em seus primeiros anos de vida encontrar pessoas desejosas se comunicar e interagir com ela. Os educadores devem estar atentos a manifestações de intenção comunicativa ou pequenos gestos os quais devem interpretar e reagir responsavelmente mediante o toque e a confirmação verbal (BRUNO, 1992).

Capellini; Rodrigues (2009) distinguiram duas dimensões da inclusão: a essencial e a eletiva, sendo que a inclusão essencial é aquela que garante a todos os cidadãos o acesso e a participação, sem discriminação, à educação, à saúde, ao emprego, ao lazer, à cultura etc. O perigo dessa dimensão, é que autoriza a sociedade a atribuir lugares fixos onde determinados grupos de risco teriam acesso aos serviços de que necessitam.

A inclusão, enquanto eletiva, deveria assegurar a qualquer cidadão, o direito de se relacionar e usar os serviços que bem entende em função de seus interesses, no entanto essas duas dimensões da inclusão são complementares: a essencial é base para a eletiva (CAPELLINI; RODRIGUES, 2009).

Uma sociedade acolhedora e responsiva, num sistema inclusivo, deverá proporcionar a curto, médio e longo; prazo, adaptações e implementações necessárias (físicas, materiais, humanas, sociais, legais etc.) junto aos diversos setores da comunidade.

Carvalho (1997) salientou que a inclusão é um “processo” e, como tal, “deve ser paulatinamente conquistada”, trata-se de uma mudança de paradigma numa cultura que não está acostumada a conviver com o seu membro “diferente”.

Em todos os países, a legislação tem sido vista como um meio importante para acabar com a discriminação na sociedade, visando a inserção social, educacional e profissional de todos os cidadãos (GIL; BENGOECHEA, 1991).

No entanto, sabemos que os direitos explicitados nas leis, nem sempre são efetivados. A filosofia da inclusão deixa claro que não devemos realizar uma leitura individual dos problemas e processos, mostrando que o problema não está nos sujeitos e, sim, na maneira como o sujeito e a sua deficiência são concebidos no seu ambiente social (MRECH, 1998).

Segundo Gomes; Barbosa (2006) no Brasil, um passo importante para assegurar o direito à educação sem exclusão para os PNEE se deu com a promulgação da lei n.º 9394/96 – Nova Lei de Diretrizes e Bases Nacional (LDB) (BRASIL, 1996). Em seu Artigo 4.º, a LDB determina que deve haver “atendimento educacional especializado gratuito aos educando com necessidades especiais, preferencialmente na rede regular de ensino”, e, no seu Artigo 58.º, estabelece, também, que educação especial é “a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educando portadores de necessidades especiais”.

Porém, não basta a presença dos PNEEs em escolas regulares, excluídos em salas especiais. As transformações ocorridas no meio educacional e na legislação que rege o sistema educacional brasileiro deixam clara a necessidade de incluir todos os alunos PNEEs nas salas de aula regulares das redes pública e particular de ensino (UNESCO, 1994). Parte-se do princípio fundamental de que todos os alunos devem ser respeitados em suas diferenças e características, sejam elas quais forem.

Todos os alunos devem ser incluídos em arranjos educacionais feitos para a maioria das crianças; sempre que possível, devem aprender juntas, independentemente de dificuldades ou limitações que possam ter, para que desenvolvam tanto conhecimentos acadêmicos quanto estratégias de convivência que amenizem suas limitações frente à sociedade, fortalecendo a amizade, o companheirismo, a colaboração e fundamentalmente a aceitação entre todos (MANTOAN, 1997).

Miles (2000) indica que, em diversas culturas e contextos, as barreiras para a inclusão escolar podem estar relacionadas às pessoas (professores, pais, etc.) direta ou indiretamente envolvidas, à ausência de recursos financeiros e materiais, à falta de conhecimento e informação e às características do próprio contexto (pobreza, etc.)

A inadequação das instalações e dependências de parcela expressiva das escolas, uma vez que não se contemplam espaços e condições para portadores de déficits motores, o despreparo do docente para lidar com PNEEs em geral, a carência de materiais básicos.

Segundo Gomes; Barbosa (2006), a presença de uma prática pedagógica que não contempla a diversidade de necessidades educacionais e a ausência de equipes de apoio representa uma pequena amostra das barreiras a serem superadas na escola pública brasileira para que o processo de inclusão escolar de PPCs e de outros PNEEs se torne uma realidade.

Mantoan (2000) afirma que as barreiras relacionadas às atitudes negativas levam as pessoas a responderem desfavoravelmente à inclusão escolar e aos PNEEs, a partir de certo valor. De acordo com Kuester (2000), um dos fatores mais importantes para o sucesso da inclusão de um estudante PNEE diz respeito à interação deste com o professor.

A Educação Física e o processo de inclusão escolar

Segundo Aguiar e Duarte (2005) no que concerne à área da Educação Física, a Educação Física Adaptada surgiu oficialmente nos cursos de graduação, por meio da Resolução número 03/87, do Conselho Federal de Educação, que prevê a atuação do professor de Educação Física com o portador de deficiência e outras necessidades especiais. A nosso ver, esta é uma das razões pelas quais muitos professores de Educação Física, hoje atuando nas escolas, não receberam em sua formação conteúdos e/ou assuntos pertinentes à Educação Física Adaptada ou à inclusão (AGUIAR; DUARTE, 2005) apud FREITAS (2002).

Duarte (2003), diz que, somente a partir da última década, os cursos de Educação Física colocaram em seus programas curriculares, conteúdos relativos às pessoas com necessidades especiais e que o material didático que trata das formas de trabalho com essa população, escrito em nossa língua, é escasso. Entretanto, não se pode esquecer a questão da qualidade. Para que a proposta inclusiva seja levada adiante com êxito, é preciso a coesão e a disposição de todos os segmentos, inclusive dos próprios alunos. Incluir sim, mas com qualidade. Essa deve ser a premissa maior do processo (GORGATTI; PENTEADO; PINGE; DE ROSE 2004).

A área da educação, e aqui se inclui a educação física, não pode ser tão limitada a ponto de afastar uma criança da convivência de outra por questões irrelevantes. A convivência com pessoas diferentes deveria ser uma grande ferramenta em educação, preparando pessoas mais conscientes para a vida e para suas possibilidades. O ensino especial deve ser uma saída quando o progresso do aluno estiver seriamente comprometido em uma classe regular e não uma questão de conveniência para professores e diretores de escola (GORGATTI; PENTEADO; PINGE; DE ROSE 2004).

Para Gorgatti e Junior (2009) apud Baumel e Castro (2003) a principal idéia da Declaração de Salamanca foi sua “orientação inclusivista”, considerando que as escolas regulares, ao atingirem a educação para todos, devem ser o ponto de partida para a criação de comunidades solidárias e de uma sociedade que seja capaz de incluir. Nesse novo conceito, a escola, ao invés de encarar as diferenças como dificuldades, considera-as como oportunidades para a criação de um ambiente educativo mais rico para todos. Pedrinelli (2002) afirma que os professores que não promovem a inclusão em suas aulas apresentam uma das duas características: ou uma atitude “segregadora”, por entenderem que devido à dificuldade ou à diferença de aprendizagem os alunos com deficiência deveriam estar em contextos segregados; ou à crença de que são desprovidos de conhecimentos para atuar com a diferença, não sabendo como e o que fazer.

Rodrigues (2003) afirma que a educação física tem-se mantido à margem do movimento de inclusão, dominante no discurso nacional desde a década de 90. Embora muitas crianças com deficiência até consigam ter acesso à escola regular, em muitos casos, são dispensadas das aulas de educação física, normalmente pela insegurança por parte do professor. Segundo o autor, a educação física é um direito, não uma opção descartável. Sendo assim, nenhum aluno pode ser dispensado da disciplina, ainda que de seu aspecto teórico (GORGATTI; JUNIOR (2009) apud RODRIGUES 2003).

Segundo dados de 2000 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pouco mais de 10% da população brasileira possui alguma deficiência motora, mental, sensorial ou múltipla (5). Com relação à idade, o levantamento mostra que 14% deste total está na faixa do 0 aos 10 anos e que 24% está na faixa dos 11 aos 20 anos. Embora não existam dados oficiais, sabe-se que grande parte dessas crianças e adolescentes nunca teve acesso ou oportunidade de freqüentar uma escola, quer regular, quer especial.

Das crianças que conseguem ter acesso à escola, muitas são dispensadas pelos professores das aulas de educação física, com o falso pretexto de “garantir a sua integridade física”. Das que conseguem participar das aulas de educação física, muitas são relegadas e incumbidas para a realização de atividades paralelas, enquanto todos os alunos participam de alguma atividade diferente (GORGATTI; PENTEADO; PINGE; DE ROSE 2004).

Porém, exceções acontecem. Algumas escolas, até pela exigência legal, têm de fato buscado implementar o programa de educação física integrada em seu currículo. Tais iniciativas ainda são recentes e estão causando muita discussão nos estabelecimentos de ensino.

Alguns estudos demonstram que as aulas com movimentos e de manifestação corporal são primordiais para o processo de inclusão. Por isso da importância de incluir o aluno com necessidades especiais nas aulas de Educação Física.

Considerações finais

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) 9394/96, ao reconhecer a Educação Especial como modalidade de ensino que permeia todos os níveis escolares, deixa claro que não há, nos sistemas de ensino, tipos separados de educação. Sendo assim, a Educação Especial não é um subsistema e as unidades escolares devem ter um conjunto de recursos que devem ser organizados e disponibilizados para que todos os alunos possam desenvolver suas competências com respeito e dignidade, entre eles os que necessitam de apoios diferenciados (AGUIAR; DUARTE 2005).

As ações direcionadas para a inclusão do aluno com deficiência no ensino regular, como por exemplo, a oferta de cursos de capacitação, diminuição do número de alunos por sala de aula regular, trabalho em conjunto do professor especializado/professor do ensino regular, entre outras, poderiam contribuir para que, gradativamente, fosse implementada a inclusão.

Como diz Aguiar e Duarte (2005) apud Mazzotta (1993), a implantação da educação inclusiva no ensino regular depende não só da boa vontade da sociedade civil, mas também da política de nossos governantes. E, na esfera política, tem-se visto, por várias vezes, que projetos são interrompidos, sem uma reflexão crítica sobre os mesmos, em decorrência das mudanças no governo.

Uma boa escola pública depende essencialmente de diretores e professores preparados, de um currículo conectado ao cotidiano, de instalações físicas razoáveis (como biblioteca, laboratórios e salas de aula que não estejam superlotadas), da vivência cultural dos estudantes e da participação da comunidade (AGUIAR; DUARTE 2005).

Com base nessas premissas podemos permear uma educação de qualidade, incluindo realmente todas as pessoas que serão atendidas por ela com mais qualidade, responsabilidade e humanização, especialmente no que se refere à Educação Física escolar. È o futuro que almejamos.

REFERÊNCIAS

AGUIAR, João Serapião de; DUARTE, Édison. Educação Inclusiva: Um estudo na área da educação física. Rev. bras. educ. espec. vol.11 nº 2 Marília May/Aug. 2005.

BRASIL. Lei nº 9.394, de 20/12/96. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23 dez. 1996. n. 248.

BRUNO, Marilda Moraes Garcia. O desenvolvimento Integral do deficiente visual. São Paulo: Loyola, 1992.

CAPELLINI, Vera Lúcia Messias Fialho, RODRIGUES, Olga Maria Piazentin Rolim. Concepções de professores acerca dos fatores que dificultam o processo da educação inclusiva. Educação, Porto Alegre, v. 32, n. 3, p. 355-364, set./dez. 2009.

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DUARTE, E.; LIMA, S. M. T. Atividade Física para Pessoas com Necessidades Especiais: Experiências e Intervenções Pedagógicas. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan S. A., 2003

ELIAS, Alexsandra e ASSUMPÇÃO, Francisco B. Qualidade de vida e autismo. Arq. Neuropsiquiatria. 2006; 64(2-A): 295-299.

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GODÓI, Ana Maria de. Educação infantil: saberes e práticas da inclusão: dificuldades de comunicação e sinalização: deficiência física. 4. ed. Brasília, 2006.

GOMES, Claudia, BARBOSA, Altemir José Gonçalves. Inclusão escolar do portador de paralisia cerebral: atitudes de professores do ensino fundamental. Rev. bras. educ. espec. vol.12 no.1 Marília Jan./Apr. 2006

GORGATTI, Márcia Greguol; JÚNIOR, Dante de Rose. Percepções dos Professores Quanto à Inclusão de Alunos com Deficiência em Aulas de Educação Física. Ver. Movimento; 15(2): 119-140, abr.-jun. 2009.

GORGATTI, Márcia Greguol, PENTEADO, Sandra H.N.W. PINGE, Marcelo D., DE ROSE Jr, Dante. Atitudes dos professores de educação física do ensino regular com relação a alunos portadores de deficiência. Rev. bras. ciênc. mov. 12(2): 63-68, 2004.

KUESTER, V. M. 10 years on: have teacher attitudes toward the inclusion if students with disabilities changed. INTERNATIONAL SPECIAL EDUCATION CONGRESS, 2000, Manchester. Disponível em: http://www.isec2000.org.uk. Acesso em: 15 de abril de 2010.

LIMA, Daisy Maria Collet de Araújo. Educação infantil: saberes e práticas da inclusão: dificuldades de comunicação e sinalização: surdez. 4. ed. Brasília, 2006.

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MRECH, L. M. O que é educação inclusiva? Revista Integração, Brasília: Ministério de Educação, Secretaria de Educação Especial, C. 8, p. 37-40, 1998.

PEDRINELLI, V.J. Possibilidades na diferença: o processo de “inclusão” de todos nós. Integração, Brasília, v.4, p. 31-34, 2002. Edição Especial.

RODRIGUES, D. A Educação física perante a educação inclusiva: reflexões conceptuais e metodológicas. Revista da Educação Física da UEM, Maringá, v.14, n.1, p.67-73, 2003.

TOLIPAN, Sergio. Autismo: orientação para os pais. Casa do Autista - Brasília: Ministério da Saúde, 2000."

domingo, 10 de outubro de 2010

Associação da Região do Douro para a apoio da Deficintes















Este é o local onde passo a maior parte dos meus dias e sou muito feliz aqui.....





Há 20 anos atrás estava a nascer uma associação da região do Douro para jovens com incapacidades na integração da sociedade devido as limitações que cada um de nos temos.
Tinha eu 5 meses quando esta janela se abriu passado 18 anos abriu-se uma porta para eu entrar






a final também sou uma das pessoas com incapacidade de me integrar na nossa sociedade sem a vossa porta ,obrigada ardadd pela vossa ajuda parabéns.
Obrigada 1º a minha monitora depois não tenho palavras para as doutoras (Elisabete)
E para todas as outras pessoas que nela trabalham para nos darem todos os dias o mais feliz













Durante o dia na ARDAD, existem diversas actividades de formação profissional para os seus formandos. A ARDAD, tem muitas áreas:




  • Curso de Costura e Lavores

Na sala da costura e lavores é o local onde se desenvolve vários trabalhos, como bordados, utilizamos as máquinas de costura ou coser á mão. Fazemos diversos trabalhos, aventais, pintamos tabuleiros, garrafas de vinho, para uma quinta nossa associada, fatos de ballet para uma academia também nossa associada e até fazemos as nossas próprias batas, para todos os formandos da ARDAD.



  • Curso de Artesanato

Neste local de formação, os formandos trabalham com o vime, corda, realizam diversos trabalhos de artesanato, como cestos de diversas formas, bancos...

  • Curso de Carpintaria

Na carpintaria os formandos trabalham com a madeira, e criam diversos materiais, como tabuleiros, saleiros, baús, etc, muitos objectos que se podem recriar em madeira.

  • Atendimento ao Público


Neste local de formação, desenvolve-se os procedimentos relativos ao acolhimento e serviços de assistência ao cliente, efectua-se um atendimento personalizado com base num diagnóstico de necessidades.






  • Curso de Produção Vegetal

Nesta area de formação, os fomandos tratam e cuidam da área envolvente do nosso local, cuidam dos jardins, das plantas, das árvores, e plantam diversos vegetais, que depois são servidos e cozinhados na área da cozinha.

  • Curso de Cozinha
Na cozinha os formandos aprendem a diversas receitas e auxiliam as formadorea na confecção das refeições para os formandos.




Eu, frequento a área da costura, é uma área que gosto muito, tenho aprendido muitas técnicas de costura, o que mais gosto é de bordar e faço trabalhos muito bonitos em aventais, e também pinto tabuleiros ou garrafas. Tento ser o mais perfeito possivel.

sábado, 11 de setembro de 2010









































Introdução

"Este artigo descreve o processo de concepção de um balanço para uma criança com paralisia cerebral. Segundo Santos (2004) a incidência é de 1,5 a 2,5 / 1.000 nascidos vivos com Paralisia Cerebral nos países desenvolvidos; mas há relatos de incidência geral, incluindo todas as formas de 7:100. No Brasil não há estudos conclusivos a respeito e a incidência depende do critério diagnóstico de cada estudo, sendo assim, presume-se uma incidência elevada devido aos poucos cuidados com as gestantes. De acordo com Lima e Fonseca (2004), o nascimento pré-termo, uma das causas da PC, está presente em cerca de 30% dos nascidos vivos, principalmente pela evolução do aparato tecnológico e da medicina que permitem condições de sobrevivência desses recém-nascidos.

Através de uma equipe interdisciplinar composta por uma fisioterapeuta e duas designers foi possível realizar um trabalho com bastante qualidade no processo de estudo e desenvolvimento.

Ao brincar, a criança aprende a conhecer o que está a sua volta, incluindo nesse universo seus limites, desafios, e outras crianças. A brincadeira ao ar livre é de grande importância para a criança com mobilidade reduzida, pois além de ser uma forma de lazer, ela também contribui para a sua reabilitação. Divertindo-se, a criança tem oportunidade de crescer muito mais saudável e de se integrar na sociedade.

Atualmente estima-se que 4,39% da população brasileira seja de crianças deficientes, estes dados referem-se a crianças entre 0 a 9 anos. (MÍDIA E DEFICIÊNCIA, 2003).

A capacidade motora é desenvolvida desde cedo por todas as crianças, entretanto, as que possuem deficiência têm mais dificuldade para evoluir neste processo, sendo necessária a estimulação precoce. Na infância se constrói os conhecimentos através da interação com o universo a nossa volta e pelas relações com as pessoas, levando a tomarmos conhecimento de nossa existência, do próximo e do que está ao nosso redor. “Quando uma série de gestos significativos se articulam, arma-se o discurso corporal; por isso, dizemos que o corpo é um corpo discursivo.”(CORIAT, 1996).

O conhecimento é construído através da vivência, com uma profunda interação entre as primeiras experiências, como tocar, ouvir, cheirar, ver e sentir. Por isso, crianças com dificuldades e limitações, devido a lesões durante ou após a gravidez, necessitam de uma estimulação desde cedo para que consigam explorar e vivenciar de forma independente o mundo ao seu redor.

Entre as doenças da deficiência físico-motora, a paralisia cerebral é a que dá maior condição de obedecer às necessidades das crianças em termos de segurança e conforto para as recomendações do projeto dos brinquedos.

Também é a que tem o maior percentual: cerca de 75% entre as que apresentam algum tipo de deficiência físico-motora.

Desta forma, o fisioterapeuta pode dar uma contribuição especial no desenvolvimento de brinquedos adaptados, pois ao avaliar uma criança deve levar em conta o desenvolvimento perceptivo, emocional e social. A avaliação da amplitude de movimento, do tônus muscular, do controle motor, da força, dos reflexos, da percepção, da cognição, e do estado social emocional, é um componente integral da avaliação da criança.

Conforme Leite & Prado (2004) existem categorias de intervenção do fisioterapeuta que são as seguintes:

enfoque biomecânico: aplica os princípios da cinética e da cinemática para os movimentos do corpo humano. Incluem movimento, resistência e as forças necessárias para melhorar as atividades de vida diária;

enfoque neuroevolutivo: inclui uma combinação de técnicas neurofisiológicas e de conhecimento da seqüência do desenvolvimento normal;

enfoque sensorial: as técnicas de tratamento sensorial promovem experiências sensoriais apropriadas e variadas (tátil, proprioceptiva, cinestésica, visual, auditiva, gustativa, etc) para as crianças que apresentam espasticidade, a fim de possibilitar uma aferência motora apropriada. Para melhor compreensão da capacidade motora de crianças portadoras de necessidades especiais, estudou-se o caso de um usuário de cadeira de rodas, que participa de atividades na clínica de fisioterapia do Centro Universitário Feevale, e é integrante do projeto de pesquisa em Design Inclusivo, de Equipamentos, Brinquedos e Vestuário. Este projeto de pesquisa visa à inclusão escolar de alunos com necessidades educacionais especiais, no ensino regular.

2. Materiais e métodos

A aluna C é do sexo feminino nascida em 2001, possui comprometimento motor nos quatro membros sendo maior nos membros inferiores, mas mesmo com esta limitação utiliza no espaço recreativo de sua escola balanços e outros brinquedos na hora do intervalo em momentos de lazer. Estes brinquedos oferecidos pelas instituições são designados de uso comum, pois tanto crianças portadoras de deficiência, como as que não possuem, brincam nele. Supino2

Nesta postura, C. apresenta padrão extensor de membros inferiores. A cabeça encontra-se na linha média e a aluna consegue virá-la tanto para esquerda, quando para a direita, bem como levantá-la da superfície. Seus braços também estão na linha média, e com eles, ela consegue alcançar objetos a sua frente. As pernas apresentam movimentos independentes, porém, o tônus extensor é visível, e em certos momentos dificulta seus movimentos. A aluna C. consegue realizar trocas de postura, mas ainda não senta sozinha e nem engatinha.

Prono3

O padrão predominante em prono é a hiperextensão4 de membros inferiores. Encontra-se com bom alinhamento corporal e sem assimetrias. Sua cabeça encontra-se na linha média e consegue virá-la para ambos os lados. Nesta postura, C. realiza o suporte em antebraços, porém não consegue manter suporte com os antebraços estendidos. Suas pernas apresentam movimentos independentes, porém, novamente o padrão extensor5 dificulta muito os movimentos voluntários, tornando-os mais difíceis de serem realizados. Nesta postura, a aluna consegue rolar independentemente para a direita e esquerda, porém não consegue engatinhar, e nem entrar na posição de gatas.

Sentada

Para sentar, C ajuda-se agarrando com as mãos. Apresenta controle da cabeça, mas suas pernas permanecem em extensão durante o processo. Para permanecer nesta posição, é necessário um bom suporte de tronco, neste caso, ela libera ambos os braços para realizar atividades de seu interesse. Estando com as pernas estendidas ela não realiza movimentos de membros inferiores, e também não apresenta reações de equilíbrio e proteção (nem para frente, lados ou atrás). Quando está sentada em cadeiras ou bancos, a aluna C. consegue pegar e soltar objetos, porém não apresenta movimentos de pernas, nem mesmo reações de equilíbrio. Sentada em cadeiras com encosto, ela mantém uma boa postura por alguns instantes, porém em certos momentos escorrega para frente.

Em pé

A aluna C não consegue entrar e sair da posição em pé estando sentada no chão ou em cadeira, nem mesmo ajoelhada ou semi-ajoelhada, somente com auxílio. Quando seus pés estão paralelos, apresenta um padrão tesoura, com adução e rotação interna de membros inferiores. Este padrão aumenta na posição de passo, neste momento a menina apresenta um desalinhamento corporal6, maior no hemicorpo esquerdo7. Não apresenta reações de equilíbrio, necessitando sempre de apoio.

3. Inclusão

O balanço foi desenvolvido para uma criança com PC que sentia-se frustrada em não poder participar das atividades de lazer na escola.

A inclusão busca envolver estudantes com deficiências em atividades extracurriculares apropriadas a cada idade, como artes, música, ginástica, passeios, reuniões e exercícios físicos, utilizando todas as dependências das escolas, desde o bar, a biblioteca e o pátio. A meta é interagir todas as crianças, com ou sem lesões, ensinando a compreensão e o reconhecimento das diferenças humanas, promovendo a amizade entre elas e evitando o preconceito.

4. O design a fisioterapia trabalhando no desenvolvimento de um brinquedo inclusivo

Inicialmente faz-se necessário conceituar design. O design é uma atividade especializada de caráter técnico-científico, criativo e artístico, com vistas à concepção e desenvolvimento de projetos de objetos e mensagens visuais que equacionem sistematicamente dados ergonômicos, tecnológicos, econômicos, sociais, culturais e estéticos, que atendam concretamente às necessidades humanas8.

O principal objetivo da ergonomia é estudar o comportamento do corpo humano, suas posturas e movimentos, limites, incapacidades e também deformidades, e através deste estudo adaptar o meio em que vivemos ao corpo humano, proporcionando conforto e bem estar no trabalho e na vida diária, buscando sempre alcançar a melhor integração possível entre o produto e o usuário.

Crianças com necessidades especiais necessitam de equipamentos adequados para conseguir participar das aulas e das demais atividades executadas nas dependências da escola. Casos onde há maior comprometimento motor será necessário o auxílio de terceiros para ajudar a se movimentar e trocar de posição, mas quem ajuda deve sempre incentivar o usuário de cadeira de rodas a fazer as tarefas sozinho. “Pessoas com necessidades especiais devem ser atendidos em igualdade de produtos, serviços, recursos, privilégios, vantagens e acomodações” (TILLEY, 2005).

Segundo Sassaki (1999), o design deve preocupar-se em projetar ambientes adaptados que sejam úteis a qualquer pessoa, não só para pessoas portadoras de deficiência, mas também às obesas, de baixa estatura, idosas e também aquelas que estejam temporariamente com algum membro limitado.

O autor ainda ressalta que o desenho acessível deixa claro em sua imagem que foi feito exclusivamente para pessoas com dificuldades motoras, até que surgiu outras formas de Design, como Desenho Universal ou Desenho para TODOS, ou ainda dentro do conceito de inclusão: (Desenho Inclusivo). “Os produtos e ambientes feitos com desenho universal ou inclusivo, não parecem ser especialmente destinados a pessoas com deficiência. Eles podem ser utilizados por qualquer pessoa, deficiente ou não” (Sassaki, 1999).

Mallin (2004) enfatiza em seu livro alguns critérios que devem ser observados quando trabalhamos com crianças portadoras de necessidades especiais. Estes critérios ajudam a compreender o desenvolvimento motor destes indivíduos, bem como avaliar a sua adaptação aos equipamentos utilizados para seu tipo de lesão.

Avaliar as habilidades e capacidades de cada criança, para compreender seu desenvolvimento muitas vezes anormal, contribuindo assim para sua independência motora e social;

É de extrema importância observar que tipo de lesão que a criança adquiriu, bem como seu desenvolvimento, evitando futuras deformidades, decorrentes de posturas inadequadas;

Um bom equipamento deve permitir regulagem de medidas, adaptando-se a cada indivíduo. O manuseio deve ser fácil, evitando grandes dificuldades;

Além de ter um projeto apropriado, é necessário que o equipamento seja portátil, evitando cantos retos (podem causar ferimentos), permitindo que a criança participe de atividades escolares e na sociedade;

4.1. Brinquedo ergonômico

Para uma criança com necessidades especiais, brincadeiras ao ar livre, sentindo-se segura nos brinquedos, surge como alternativa para se integrar na sociedade, e também de lazer, onde ela aprende a conhecer seus limites, descobrir sensações e emoções, além de fazer novas amizades. Para as crianças, a forma de lazer que as fazem mais felizes são as brincadeiras ao ar livre com outras crianças ou em locais fechados.

Após a visita às escolas de ensino do município para aquisição de informações para embasamento deste trabalho, observou-se que as oportunidades de lazer para crianças com necessidades especiais são bastante escassas, com espaços restritos em locais fechados, como em clínicas de fisioterapia.

4.2. Resultados e discussão

Alguns requisitos ergonômicos foram alcançados no decorrer do dimensionamento do balanço, tornando ele compatível com crianças entre 6 a 11 anos de idade. Este brinquedo não é recomendado para crianças menores que 6 anos, devido às dimensões superiores do encosto e do assento sugeridas para esses usuários, e também é muito pequeno para crianças maiores que 11 anos, pois o assento é muito raso, faltando suporte para a parte inferior das coxas.

A limitação da idade dentro de uma faixa etária será útil para priorizar o conforto e o equilíbrio da criança que brincará sentada no balanço adaptado. De acordo com Panero (2002), as dimensões corporais dos indivíduos variam em grande escala dentro de qualquer grupo populacional, não sendo prático projetar para todo o grupo. “Uma vez que não se projeta para toda a população, é necessário selecionar um segmento da porção central. Portanto, hoje em dia costuma-se esquecer os extremos das 2 pontas e trabalhar com 90% do grupo populacional em questão” (PANERO, 2002).

Nesta etapa da pesquisa pode-se chegar à conclusão que o projeto desenvolvido atendeu aos requisitos e restrições estabelecidos, seguindo os objetivos propostos como ser adaptado, inclusivo e acessível.

O material selecionado para ser aplicado neste projeto é o aço, devido a questões de custos e facilidade de aquisição deste produto, que tornaram possível sua fabricação e também facilitando a reciclagem dos componentes, que separam-se facilmente dos outros metais através de imãs (citado na reciclagem dos metais pg.73).

O brinquedo possui também mecanismos para acomodarem com segurança o usuário, como a trava/freio que impede que ele escorregue ao embalar-se e também um cinto de segurança de 4 pontas para ajuste. Ele terá regulagem de altura nas alças e encaixe abre/fecha, facilitando o ajuste para colocar e tirar a criança do balanço, o nylon utilizado no cinto será revestido com tecido acolchoado em algumas partes para ser mais confortável ao toque.

Há ainda um estofado que segundo Panero (2002), tem como objetivo distribuir a pressão do peso do corpo sobre uma superfície maior, enfatizando que o assento para o usuário ter conforto ao utilizá-lo deve ter um total de 5,1 centímetros de espessura, sendo este valor 3,8 cm de revestimento de espuma média, 1,3 cm de revestimento firme. O autor ainda ressalta a falta de bibliografia existente sobre o conforto de estofados, no caso do balanço será feito um estofado rígido com espuma e um revestimento com tecido impermeável, fácil de limpar.

Neste balanço projetado para ser adaptado, a criança permanecerá em sedestação8, mantendo o equilíbrio e alinhamento postural graças ao dimensionamento dado ao banco. Este foi embasado no estudo antropométrico de usuários de cadeira de rodas e portadores de paralisia cerebral, tendo como referência as normas da ABNT NBR 14350-1/1999 (ABNT, 1999).

A criança que brincar no balanço sentirá segurança para embalar-se, pois terá um encosto alto, duas laterais fechadas até uma altura em que consiga apoiar os cotovelos, um freio que servirá como trava de segurança impedindo que escorregue do assento, e ainda um cinto de segurança. Este indivíduo terá liberdade de mover os membros superiores e os inferiores, arriscando movimentos para embalar-se, interagindo efetivamente com as outras crianças ao seu redor. Estes requisitos alcançados evidenciam que o brinquedo alcançou os objetivos propostos tornando este brinquedo uma referência de que as tecnologias assistivas podem ser aplicadas na vida de muitas crianças que necessitem de equipamentos adaptados, sem esquecer o diferencial do design ergonômico.

Modelo iconográfico ou protótipo funcional



Figura 1 e 2. Modelos do Balanço

5. Considerações finais

O grande potencial cognitivo apresentado pela criança de nosso estudo aliado a sua grande força de vontade em colaborar com a equipe interdisciplinar, possibilitou com grande facilidade o desenvolvimento e adaptação do balanço ergonômico. Desta forma, as barreiras existentes no processo de inclusão escolar de crianças com necessidades especiais em atividades de lazer puderam ser minimizadas, pois estas poderão participar das atividades lúdicas desenvolvidas na escola juntamente com as demais crianças. A busca de soluções para melhorar a acessibilidade e possibilitar a inclusão de crianças com necessidades especiais na escola em atividades de lazer, foi um dos objetivos que este projeto de pesquisa conseguiu atingir. Pois, ser acessível é a condição que cumpre um ambiente, espaço ou objeto para ser utilizado por todas as pessoas. Esta condição é um direito universal, pois a referência a todas as pessoas, no plural, se associa a uma realidade essencial: a diversidade característica dos seres humanos. A inclusão é uma inovação, cujo sentido tem sido muito distorcido e um movimento muito polemizado pelos mais diferentes segmentos educacionais e sociais. Inserir alunos com déficits de toda ordem, permanentes ou temporários, mais graves ou menos severos no ensino regular nada mais é do que garantir o direito de todos à educação. Temos que demonstrar que há viabilidade da inclusão pela transformação geral das escolas, visando a atender aos princípios do novo paradigma educacional.

Notas

Na diparesia espástica, os membros inferiores não conseguem realizar o movimento, porém os superiores sim. Neste quadro de paralisia cerebral o tônus muscular está aumentado (ANDRADE).

Posição em que o paciente está deitado de costas com a barriga para cima.

Posição em que o paciente está deitado com a face para baixo, pode ser chamada também de decúbito ventral.

Quando os membros passam da linha média do corpo.

Este termo é utilizado para dizer que todo o corpo está estendido.

Este padrão refere-se ao paciente que possui assimetria do corpo, ou seja, torto para um dos lados.

Refere-se à metade do corpo à esquerda.

Projeto de Lei nº 1.965, de 1996, que visa regulamentar a profissão no Brasil.

Referências bibliográficas

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CORIAT, Lydia centro. Escritos da Criança. Revista do Centro Lydia Coriat. Porto Alegre, nº 4, 1996. 96p.

LEITE, Jaqueline Maria Resende Silveira, PRADO, Gilmar Fernandes do. Paralisia cerebral Aspectos Fisioterapêuticos e Clínicos. Artigo de revisão. Revista Neurociência, Volume 12, nº 1, 2004.

LIMA, A. L. C.; FONSECA, F. L. Paralisia Cerebral. Belo Horizonte: Guanabara Koogan, 2004.

MALLIN, Sandra S. Vieira. Uma Metodologia de Design, aplicada ao desenvolvimento de tecnologia assistiva para portadores de paralisia cerebral./ Curitiba: Editora da UFPR.2004.

MÍDIA E DEFICIÊNCIA/ Veet Vivarta, coordenação.- Brasília: Andi; Fundação Banco do Brasil, 2003. 184 p; il. Color.- (série Diversidade).

PANERO, Julius; ZELNIK, Martin. Dimensionamento humano para espaços interiores: um livro de consulta e referência para projetos. Barcelona: Gustavo Gili, c2002. 320 p.

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SASSAKI, Romeu Kazumi. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. 3. ed. Rio de Janeiro: WVA, 1999. 171 p.

TILLEY, Alvin R. Henry Drefuss Associates. As medidas do homem e da mulher - fatores humanos em design. Editora Bookman, 2005."